Conheça as Royal Enfield Interceptor e Continental GT 650

09/11/2017 03:11

A marca de origem inglesa fabricada na Índia pelo grupo Eicher revelou no Salão de Milão (EICMA) uma nova linha de 650cc, lançamento mais importante da Royal Enfield em décadas: são dois modelos bicilíndricos para uma categoria superior à dos modelos atuais de 1 cilindro e até 500cc, mas ainda intermediária em relação às variadas opções europeias de 800/900cc. Nessa nova fase a Royal contou com a participação de um time criado nos últimos três anos na Inglaterra, na região industrial de Birmingham, onde antigamente estava grande parte da produção de motos de diferentes marcas do país – restou a Triumph em Hinckley, há alguns quilômetros. Os profissionais, alguns contratados de concorrentes em posições-chave como o desenvolvimento técnico dos produtos, puderam também acionar fornecedores da região que tiveram papel fundamental no resultado, caso do novo chassi.

A mesma base tubular de aço em forma de berço duplo abriga um conjunto mecânico igual para dois modelos diferenciados apenas na estética e na ergonomia: a Interceptor 650, que revive o nome de um modelo de 2 cilindros das décadas de 60 e 70, e a cafe racer Continental GT 650, com banco monoposto, tanque de linhas mais retas e guidão baixo. Por baixo da roupagem está o motor refrigerado a ar e óleo com 4 válvulas por cilindro, ordem de ignição defasada em 270°, comando simples e transmissão de 6 marchas com embreagem assistida deslizante. A potência é de até 47 cv a 7.100 rpm e o torque de 5,5 kgf.m a 4.000 rpm, com taxa de compressão baixa (9,5:1), o que o ajudará a rodar com a gasolina de menor qualidade de países subdesenvolvidos. Até então o modelo de maior performance da marca era a Continental GT de 535cc com 1 cilindro que rende até 29 cv a 5.100 rpm e 4,5 kgf.m a 4.000 rpm.

O sistema de suspensões tem garfo de 41 mm de diâmetro com 110 mm de curso e dois amortecedores com 88 mm de curso, as rodas raiadas usam aros de alumínio de 18 polegadas em pneus Pirelli Phantom 100/90 e 130/70). Os freios são fornecidos pela Bybre, subsidiária indiana da Brembo que equipa as KTM e BMW de baixa cilindrada produzidas no país.

Embora a Royal tenha criado 11 padrões de cores e grafismos (três de cada já foram mostradas), com a intenção de oferecer uma gama variada de opções com influências diversas, o acabamento dos componentes é simples como forma de controlar os custos e manter preços competitivos. Guidão e para-lamas, por exemplo, são pintados de cinza na Interceptor, como nas 500 vendidas no Brasil, e de preto na Continental GT.           

O objetivo da Royal Enfield é reforçar a posição num segmento intermediário para o qual há poucas opções (as Harley-Davidson Street 500 e 750 produzidas na Índia seriam as principais concorrentes diretas) e buscar um novo público, além de passar a oferecer modelos para upgrade dos clientes das atuais 500 da marca. Segundo Duas Rodas apurou com fontes da fabricante no EICMA, as vendas começarão em abril pela Índia e ao longo de 2018 terão início nos outros mercados em que a marca está presente, por preços que no Brasil equivaleriam a R$ 28 mil e R$ 30 mil.

 

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