Gasolina brasileira terá melhor qualidade a partir de agosto

Nova regulamentação da ANP melhora eficiência para equiparar gasolina nacional à de Estados Unidos e Europa

29/06/2020 18:30

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) confirmou para agosto a implantação da nova regulamentação da gasolina vendida no país. O objetivo é equiparar o combustível às exigências praticadas no exterior, elevando a eficiência energética e reduzindo emissões.

Esse pleito também vinha da indústria automotiva, que precisa produzir veículos que cumpram com normas de emissões cada vez mais restritivas correspondentes às europeias. 

As mudanças na gasolina produzida a partir do dia 3 de agosto (portanto não estará nos postos imediatamente) serão a especificação de densidade mínima, ajustes nos parâmetros de destilação e padronização para medida de octanagem RON. 

A densidade ou massa mínima não é uma exigência hoje, e passará a ser de 715 kg/m³ a 20°C. O valor corresponde ao praticado nos Estados Unidos e Europa e mede basicamente a quantidade efetiva de combustível/energia que se recebe em relação ao volume do líquido. Quanto maior a medida, mais energia é produzida com a mesma quantidade (e menos se consome).

Já os parâmetros de destilação afetam questões como desempenho e temperatura do motor, explica a nota da ANP. Por fim, a medição de octanagem em território nacional será padronizada pelo método RON, mais usual no exterior, em vez do MON ou do IAD (Índice Anti-Detonante, que é uma média de MON e RON).

A octanagem, ou capacidade do combustível comprimido pelo pistão resistir à combustão, é um fator de extrema importância nos motores atuais. Em busca de mais eficiência energética, propulsores são cada vez mais comprimidos e requerem combustível de octanagem correta para que não haja detonação antes do previsto.

As gasolinas comum e comum aditivada continuarão recebendo 27% de etanol e a premium de maior octanagem 25%. Os valores mínimos também não mudam: de 92 e 97 RON, respectivamente. A partir de 2022 a octanagem mínima no Brasil subirá para 93 RON. 

Os padrões já são os mesmos utilizados no exterior, exceto pela octanagem mínima para classificação da gasolina como premium ser de 98 RON. No entanto, os produtos vendidos no Brasil não ficam abaixo do parâmetro internacional: Shell V-Power Racing com 98 RON, Ipiranga Octapro com 102 RON e Petrobras Podium com 102 RON. 

No exterior há tendência de que as especificações da gasolina acompanhem futuras metas de emissões mais exigentes. Neste caso, o combustível deve migrar para a octanagem mínima de 95 RON e a densidade para 720 kg/m³.

 

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