Avaliação: andamos na nova KTM 1190 Adventure

Nosso editor de testes testou a big trail austríaca; modelo de rua com gosto de competição que está à venda no país

15/04/2015 09:57

Texto: Ismael Baubeta fotos: Mario Villaescusa

A tradição off-road da fábrica austríaca é de longa data, mas nos últimos anos tem se intensificado com seguidas vitórias no rali Paris Dakar e títulos mundiais de motocross, só para mencionar as algumas conquistas. O motor em V a 75° da Adventure estreou em 2001 para as competições com 942cc e 104 cv. Os anos passaram e em 2015 a Adventure chegou a três versões de motor: a 1.190cc que acaba de chegar ao Brasil e as recém-apresentadas 1.050cc e 1.290cc, ainda não tropicalizadas e homologadas para o país.

As Adventure anteriores sempre foram robustas e ariscas, como se realmente tivessem sido adaptadas das competições para as ruas. Já tinha andado nas anteriores 950 e 990 e me entorpecido com suas respostas ariscas e agilidade, mas mesmo para meu 1,80m de altura tinha dificuldade para tocar os pés no chão. Esta Adventure é mais condescendente com pernas normais e facilita a vida permitindo ajustes de altura de pedaleira, banco e para-brisa.

As linhas da Adventure mantêm a identidade original da década passada, revitalizadas com mais ângulos, combinações de cores vivas e muita tecnologia, principalmente na eletrônica. Não se assuste com o ronco rouco, áspero e vibrante do motor, é normal e quase parece que tem algo errado. Deixe-se envolver pelo clima e cheiro de gasolina e não se espante ao ter vontade de fazer de cada semáforo seu gate de largada, é fácil se pegar fazendo idiotices como acelerar para ouvir o ruído emanado pelo escape (Akraprovic na unidade testada, um acessório) e assustar quem está tranquilo dentro do carro.

A todo o momento o motor de 150 cv e 12,7 kgf.m de torque mostra seu lado estúpido e faz parecer que as coisas vão sair do controle, principalmente em espaços curtos e com a mão pesada no acelerador eletrônico (ride-by-wire). Mas não é só de retas que esta fera se alimenta, ela adora curvas e as devora insaciavelmente. É preciso pouco para direcioná-la e basta um sussurro para avançar um pouco mais ou simplesmente mudar de direção, em nenhum momento senti qualquer sinal de shimmy, e de qualquer forma, para evitar este tipo de reação a Adventure conta com amortecedor de direção de série. O ajuste de cada modo de condução (Sport, Street e Comfort) influi na resposta do acelerador, intensidade do controle de tração e do ABS, e no ajuste mais firme ou “soft” das suspensões, que também pode ter a carga traseira adequada para levar piloto, garupa e bagagem. Pelas teclas ao lado da manopla esquerda também é possível alterar essas configurações individualmente.

Suspensão e freios

As suspensões contam com 190 mm de curso na frente e atrás, suficiente para diversão na terra e incrivelmente adequáveis também às curvas no asfalto, graças ao rápido ajuste eletrônico. Os bons pneu Continental ContiTrailAttack dão conta do recado no asfalto e em pisos de terra batida deixam à vontade. O monitoramento de pressão dos pneus, informado pelo computador de bordo, é uma tranquilidade a mais. Na lama começam a surgir as limitações dos pneus para um off-road mais pesado, então se esta for sua intenção recomendamos trocá-los.

O sistema de freios é capaz de decapar o piso se você o tratar com brutalidade. Os grandes discos de 320 mm são mais do que suficientes para conter os 217 kg (a seco) desta KTM. As pinças radiais de quatro pistões e o sistema traseiro são assistidos pelo sistema Bosch 9ME, que combina e modula os freios conforme a situação e inclinação da motocicleta, garantindo muita segurança em qualquer tipo de frenagem.

É difícil encontrar algo que tenha desagradado na Adventure, mas apesar de ser uma característica, preferiria um motor menos ruidoso. O câmbio, além de suave e bem escalonado, por vezes deu algum trabalho para encontrar o neutro. Segundo a Dafra, que está importando e montando os modelos, em 2015 serão vendidas as duas versões da Adventure. Além da avaliada, que já está à venda por R$ 79 mil, a 1190 R chegará nos próximos meses com mais curso de suspensão (30 mm), rodas de maior diâmetro (aros de 21 polegadas e 18 em vez de 19 e 17), banco inteiriço para melhor mobilidade na prática off-road, protetores de motor e para-brisa fumê mais baixo.

Na edição de abril de Duas Rodas, que está nas bancas, você pode conferir um comparativo desta KTM com a BMW R 1200 GS.

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