Com Africa Twin, Honda volta a ter big trail no Brasil

Modelo se destaca em agilidade e capacidade off-road, mas preço é de 1200

07/11/2016 22:34

A Honda revelou hoje no Salão do Automóvel de São Paulo a já prometida (desde o ano passado) CRF 1000L Africa Twin, que começa a ser comercializada em sistema de pré-venda e chegará às concessionárias em dezembro. Trata-se da segunda geração da big trail criada originalmente no fim dos anos 1980 em decorrência do sucesso da marca no rali Dakar, história retomada nesta bicilíndrica lançada há um ano no exterior.

A proposta de ser competente em uso off-road norteou todo o projeto, não é mera referência a uma estética “aventureira”: aros dianteiro de 21 polegadas e traseiro de 18, banco e tanque esguios para facilitar a pilotagem em pé e preocupação em reduzir peso, medidas e centro de gravidade se refletem numa moto “leve” ao pilotar, de agilidade acima da média para a cilindrada. Grande diferença entre esta e a primeira geração do modelo está justamente no projeto mais esguio e alinhado com o atual conceito das CRF que competem no Dakar hoje, inclusive ao adotar um motor de cilindros paralelos em vez do V da primeira versão, o que também ajudou a produzir um bloco menor e mais leve. Com o virabrequim defasado em 270° (pistões não funcionam como gêmeos, nem opostos) ruído e comportamento até se assemelham ao de um V2.

Outras características interessantes do propulsor são o uso de duas velas por cilindro e o comando de válvulas (4 por cilindro) Unicam das CRF de competição, que é mais compacto por adotar apenas um eixo de cames atuando diretamente sobre as válvulas de admissão e nos balancins que acionam as de escapamento. O motor que gera 95 cv e 10 kgf.m de torque na Europa, no entanto, perdeu rendimento ao ser adequado ao Promot 4 e aqui produz 90 cv a 7.500 rpm e 9,3 kgf.m a 6.000 rpm.

Pacote de série

O painel digital tem dois displays sobrepostos onde se vê em destaque o nível de controle de tração selecionado, são três intensidades ou a opção de desligá-lo para uso off-road mais esportivo, alternativa também disponível para o ABS da traseira (na dianteira permanece sempre atuando). Não há seleção de modos de pilotagem ou mapas variando a entrega de potência.

As duas versões vêm equipadas com o mesmo pacote eletrônico, suspensões reguláveis nas três vias, conjunto de iluminação por LEDs e protetores de mãos e cárter, nas cores vermelha ou tricolor (branca perolizada com faixas azuis e vermelhas). A topo de linha Travel Edition se diferencia por baú e malas laterais, para-brisa alto, cavalete central e protetor tubular em volta da carenagem.

A faixa de preço de R$ 64.900 a R$ 74.900 (Travel Edition) é a mesma de Yamaha Super Ténéré DX, Triumph Tiger Explorer XCx e BMW R1200GS. Na Europa o posicionamento da Africa Twin é intermediário entre as 800 e 1200, entretanto, no país a Honda espera se valer da leveza e maior adequação ao off-road como atrativos, enquanto as 1200 são mais confortáveis e completas para uso touring, com itens como regulagem rápida de altura do para-brisa, ajuste eletrônico de suspensões, aquecedor de manoplas e cruise control.  

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