Yamaha Neo volta renovado e custando menos que a Honda Biz

Novo scooter de entrada substitui também a Crypton, com a vantagem do câmbio automático

15/09/2016 12:51

Depois de sair de linha em 2012, o Yamaha Neo volta com motor 125 e projeto totalmente novo para se juntar-se ao NMax 160 como opção mais acessível da família. O novo Neo é o Mio já existente na Ásia, que chega aqui rebatizado para substituir a motoneta Crypton e fazer frente de uma só vez aos Honda Lead, Biz 110 e Biz 125 (estas duas sem acionamento de alavanca de embreagem, mas mantêm o pedal de câmbio), além do Suzuki Burgman. O preço de R$ 7.990 é o que viabiliza essa ampla frente de batalha, na qual sai em vantagem por ser mais barato que Burgman e Biz 125.

Além do nome reconhecido no país e do conceito de scooter de rodas grandes, pouco sobrou do antigo. Inclusive algumas correções de rota foram feitas no novo modelo, como a eliminação do túnel central elevado e as rodas que apesar de grandes usavam pneus finos e não eram auxiliados pelas suspensões, que sofriam (e faziam sofrer) no nosso asfalto. Estas características do antigo Neo também incorriam em um problema de posicionamento e até limitação de público, porque ficava indefinido entre scooter e motoneta – a própria Yamaha não o chamava de scooter, nem de motoneta ou cub... Agora não há dúvida que é um scooter, com câmbio automático e assoalho plano, mas a vantagem das rodas de 14 polegadas em pneus mais largos que os de uma motoneta. 

O Neo incorpora tecnologias dos motores de baixa cilindrada mais recentes da marca, como o do NMax, embora seja mais simples para manter o preço competitivo: pistão forjado é mais leve e resistente, revestimento do cilindro reduz atrito e desgaste e comando de válvulas com balancins roletados funciona mais livre. É um 125cc de 2 válvulas refrigerado a ar – no NMax 4 válvulas com comando variável e refrigeração líquida – que rende 9,8 cv a 8.000 rpm e torque de 0,98 kgf.m a 5.500 rpm. É mais potente que Burgman e Biz 125, mas perde no torque apenas para esta última (1 kgf.m a 3.500 rpm). Por outro lado compensa sendo de longe mais leve que qualquer concorrente, apenas 96 kg em ordem de marcha, ou pelo menos 10 kg de diferença.

Neste primeiro contato pelas ruas de São Paulo (SP) ficou claro que as respostas ao acelerador são rápidas, a velocidade chega a 90 km/h sem esforço e continua até o limitador atuar a 9.000 rpm pouco acima de 100 km/h. Segundo os engenheiros da Yamaha o ajuste da transmissão focou a aceleração mais que velocidade final. Em pavimento irregular os amortecedores traseiros mostraram atuação melhor que na Neo anterior, que costumava chegar ao final de curso com facilidade em desníveis acentuados, principalmente com garupa, o que desta vez não aconteceu nenhuma vez (faltou testar com garupa). Já a dianteira usou todo o curso em mais de uma ocasião. As rodas de liga com 14 polegadas ajudam bastante, seria muito mais sofrido com as 10 polegadas do Burgman, mas neste quesito a Biz leva vantagem com as 17 polegadas na dianteira (atrás 14) – os pneus mais largos e baixos do Neo, por outro lado, favorecem a estabilidade.  

O novo scooter incorpora também o sistema de freios combinado UBS recém-lançado na Fazer 150, de atuação mecânica: ao usar o freio traseiro a tambor parte da pressão é distribuída para o disco dianteiro através de um cabo que aciona parte do curso da alavanca. Além de características técnicas e preço competitivos, o Neo também foge do convencional no design e tem farol iluminado por LEDs. O painel analógico tem o essencial e uma luz indicadora “eco” que se acende quando a pilotagem está em ritmo adequado para bom aproveitamento de gasolina. Embaixo do banco o porta-objetos comporta 14 litros ou um capacete aberto.

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