17/10/2025 10:10
Acelerar pode ser um ato de liberdade, mas também de empatia, união e consciência. E foi exatamente isso que a primeira edição do “Aceleradas Ride – Outubro Rosa” provou ao tomar as ruas de São Paulo no último dia 5 de outubro, com um movimento que uniu paixão por máquinas, protagonismo feminino e solidariedade. O encontro transformou um sonho em movimento real: mais de 400 mulheres motociclistas, motoristas e entusiastas reunidas para celebrar a vida e fortalecer a luta contra o câncer de mama.
Com ponto de partida no Gaz Burning, a manhã começou com estilo e atitude. A proposta do evento era clara: viver o tema “florescer”. A estética seguiu essa energia — capacetes enfeitados com flores, carros clássicos cromados com laços cor-de-rosa, motos customizadas e um dress code vintage que arrancou sorrisos e cliques. Mas, mais do que visual, havia mensagem: mostrar que mulheres na estrada não abrem mão de identidade e propósito.
O momento mais emocionante da programação foi o Passeio Solidário, quando motociclistas e motoristas convidadas levaram mulheres em tratamento ou que venceram o câncer de mama para rodar pelas avenidas paulistanas. Com apoio logístico da CPTRAN da Polícia Militar, o trajeto aconteceu em clima de festa e respeito. Era impossível ficar indiferente à cena: uma caravana rosa em movimento, acelerando histórias de superação. “O objetivo sempre foi claro: mostrar que não aceleramos só motores — aceleramos também causas que importam”, destacou Eliana Malizia, idealizadora do Aceleradas.
O evento não se limitou ao passeio. A programação trouxe conteúdo sério, apresentado de forma acessível. Em rodas de conversa, especialistas como a mastologista Dra. Simone Elias, o Dr. Renato Cagnacci Neto, do AC Camargo, e a dermomicropigmentadora Nágela de Carli conversaram sobre prevenção, autoestima no pós-tratamento e enfrentamento emocional. A escritora Patrícia Helena Teixeira, autora de Reflorescer, emocionou o público ao contar sua jornada após o diagnóstico.
Entre uma troca de experiências e outra, a vibe seguiu alta: teve set da DJ Bia Maza, corrida de marcha lenta organizada pelo Pilotagem Para Mulheres, ativações de marcas e o rock poderoso da banda Ruby Woo, formada só por mulheres. Com entrada gratuita, o evento promoveu ainda uma ação beneficente: a venda da bandana oficial do Aceleradas Ride, com renda 100% revertida para a ONG Américas Amigas, referência nacional no diagnóstico precoce do câncer de mama. Resultado? Mais de 5 mil reais arrecadados logo na estreia.
A força do movimento já ultrapassou fronteiras. Além de São Paulo, a edição 2025 também ganhou palco no Rio de Janeiro e agora se prepara para novas paradas: Paraíba e Brasília já estão confirmadas na rota. “Muitas mulheres chegaram como pacientes e saíram com o desejo de se tornarem motociclistas. Essa transformação é o que nos move”, disse Eliana.
As marcas Bajaj, Piaggio, Vespa, Norisk, Suhai Seguradora, Madah Lingerie, Valisere, Evoke e Agência Camélia apoiaram a iniciativa, mostrando que o motociclismo feminino deixou de ser nicho: virou movimento, virou comunidade.
Sobre o Aceleradas
Fundado por Eliana Malizia, o Aceleradas é hoje um dos maiores movimentos femininos do motociclismo nacional. Reúne mulheres de todas as idades e cilindradas. “Não importa a cilindrada, importa a atitude.”