Avaliação: Harley-Davidson Breakout

Incorporada à família Softail brasileira, a Breakout custa menos e mantém o status de exclusiva

15/06/2015 13:50

Texto: Ismael Baubeta           fotos: Mario Villaescusa

A família Softail da Harley-Davidson é o topo da linha de clássicas da marca e abriga ícones como Fat Boy e Deluxe. Agora passa a ter a impactante Breakout como integrante fixa, depois do sucesso de um número limitado das especiais CVO importadas no ano passado. A exclusividade em acessórios, preparação do motor e acabamento justificavam o preço de proibitivos R$ 98.700. Boa notícia é que na versão “comum” a Breakout agora custa R$ 58.700, esbanjando personalidade com o mesmo design e um acabamento menos extravagante. 

Na unidade que você vê nas fotos a pintura é a especial Hard Candy Custom, opcional com flocos grandes de alumínio que conferem brilho extra por R$ 1.650, mas além do preto sólido há opções metálicas tradicionais como vermelho, azul e cinza. O estilo é inconfundível, com bengalas em ângulo aberto de 35° aliadas a banco baixo, roda de aro 21 polegadas na dianteira e um largo pneu de 240 mm atrás. Assim como nas outras Softail, a suspensão traseira embutida confere um estilo tradicional como nas autênticas rabo-duro. O banco está na altura dos joelhos, acessá-lo não exige esforço ou malabarismo, é como dar um passo para o lado.

Uma vez sobre ela, a primeira boa impressão é o conforto do banco, como uma concha almofadada. Você se encaixa perfeitamente e a espuma de boa densidade é agradável (note o acabamento estriado do revestimento), mas na garupa a coisa fica mais difícil com o banco estreito. Percalços necessários quando a prioridade é do estilo...

A posição de pilotagem é forçada para frente, o guidão estreito fica distante do assento e força o tronco em sua direção, inevitável ficar com as costas curvadas. As pedaleiras avançadas – não tanto quanto na V-Rod – dificultam o apoio para evitar as pancadas do pavimento e sua largura em corredores mais apertados precisa de atenção, é fácil se distrair e perder a referência lá de baixo por causa do guidão estreito.

Acostume-se a girar o interruptor na lateral esquerda do motor para colocá-la em funcionamento, o chaveiro com sensor de presença em seu bolso habilitará a função. Em ponto morto o V2 refrigerado a ar de 1.585cc vibra bastante, é o mesmo velho conhecido já usado em outros modelos da marca. Colocá-la em movimento nos primeiros metros exige força, as bengalas longas e afastadas do corpo da moto fazem seu peso aumentar e as manobras em baixa velocidade são cansativas, como empurrá-la para sair da vaga ou estacioná-la em locais mais apertados. Exercício para homens fortes, porque são 322 kg em ordem de marcha.

Raios longos

A altura da Breakout te fará se sentir num kart ao lado de outras motocicletas, não se encabule de olhar de baixo para cima quando emparelhar, o banco está a apenas 660 mm do chão e colocar os pés no solo é tarefa fácil. Espere o semáforo abrir e acelere para inverter as posições, comece a olhar por cima, desta vez pelo retrovisor. As arrancadas são firmes, comportamento creditado aos 11,6 kgf.m de torque a apenas 2.750 rpm. Não estranhe a rusticidade do câmbio ao ser engrenado, característica comum às Harley, os “clanks” são frequentes e com o tempo você pega o jeito.

Depois de entrar em movimento e ter a inércia a seu favor, tudo fica mais fácil, as manobras e curvas se tornam suaves, a Breakout é estável, mas sua configuração com entreeixos amplo e pneu traseiro largo exige força para colocá-la na direção desejada. As pedaleiras frequentemente raspam o chão, provando que seu habitat está nas estradas de piso liso e curvas de raio longo.

As suspensões transmitem as variações do pavimento para o corpo e em desníveis mais abruptos chega ao final do curso também comprimindo as vértebras do condutor. Em altas velocidades a leve oscilação não incomoda, apenas mostra que ela é assim. O sistema de freio é assistido por ABS, na dianteira a pinça de dois pistões morde um disco de 300 mm e é preciso aplicar força à alavanca para as frenagens mais fortes.

A Breakout é inquestionavelmente chamativa e distinta do restante da linha, fazendo valer a diferença de preço de pouco mais de R$ 4 mil sobre a Fat Boy. Claro, são estilos diferentes, mas se sua intenção for rodar com estilo mais do que viajar com conforto, vá de Breakout para não parecer apenas mais um.

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