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18/12/2014 10:46
Fausto Macieira é repórter do SporTV e colunista de Duas Rodas
Dezembro no planeta, sol a pino no Brasil do Horário de Verão. A essa altura o massacre midiático tenta te induzir a adotar o espírito (comercial) natalino, a alegria de dar e receber presentes, encher a pança em banquetes, bebedeiras e afins. Não precisa ser religioso para ver que esse frenesi consumista passa longe do simbolismo do nascimento humilde, existência espartana e desenlace trágico do filho de Deus.
A quantidade de novas igrejas é visível em qualquer vizinhança, notadamente nas menos abastadas. A proliferação de caminhos para chegar ao céu aumenta a cada momento, o que se explica pela dificuldade de se manter os compromissos em dia e a vida em razoável ordem. Os embaraços profissionais, financeiros e emocionais levam ao desespero, à ansiedade, e religiosos profissionais com boa conversa e capacidade de mobilização aproveitam a fragilidade humana para assumir o papel de novo Messias, vendendo paz de espírito, devoção e fé.
Qualquer um pode comprar um terreno no céu, basta pagar o dízimo, comprar o livro, ver o filme ou escutar o CD. É difícil receber, mas se isso traz tranquilidade, vá em frente, a crença é livre, a força do pensamento pode curar. A coisa muda de figura quando a religião vira obrigação, imposta à força, vetando condutas, personalidades e tolhendo a liberdade de expressão. Tenho visto igrejas e seitas insólitas a rodo: a Maradoniana considera que Maradona é Deus e o 30 de outubro, data de nascimento do controverso craque argentino, o dia de Natal. Fundada em 1998 como uma grande brincadeira, os “maradonianos” já são mais de 100 mil. Os Raelianos acreditam em naves espaciais e transferências mentais, e o que dizer dos Valentinianos liderados pelo teólogo Valentinus, que viveu na Itália do século 2 e quase foi Papa, mas perdeu o campeonato, ops, eleição e contrariado, montou sua própria igreja. É sério, podem conferir.
Muitas igrejas e seitas são agressivas e se tornam tristemente famosas, como as do reverendo Jim Jones, que levou 918 pessoas a se suicidarem na Guiana em 1978, no episódio que mais vitimou civis americanos até o ataque às Torres Gêmeas, em 2001.
Pensando sobre isso, lembrei de uma ideia antiga: que tal uma igreja para motociclistas? Pesquisei e já existe, claro. A Biker Church Europe, ligada ao catolicismo e sediada na Alemanha, com página na internet, filiais na Noruega, Espanha, Suíça, Portugal e Polônia – que receberá o próximo encontro, em fevereiro de 2015. Os pastores-estradeiros possuem conta para doações, como era de se esperar... Minha ideia não é bem essa, é difundir a motocicleta como mecanismo de fortalecimento espiritual e interligação com o meio ambiente. Andar de moto exige equilíbrio, concentração, raciocínio rápido, precisão, uma série de características que te ajudam em qualquer situação, mesmo na condição de pedestre.
Motociclistas têm um jeito próprio de encarar a vida. Sabem que se movem em um veículo potencialmente mais perigoso que outros meios de transporte, mas se deslocar de moto é incomparavelmente mais eficaz e divertido. Andar de moto é um presente muito maior que a moto em si. Um presente que a gente recebe todos os dias, o ano inteiro, tomara que por mais muitos e muitos anos. Boas festas e um super 2015. Braaaaaaap!
Nas bancas: dois comparativos mais os lançamentos de 2015
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Longa Duração: Honda CB 500X mês 3
Longa Duração: Yamaha Crosser 150 mês 3
