Coluna do Fausto Macieira: vinte, quarenta, sessenta, oitenta...

Nosso colaborador fala sobre a longeva carreira de Valentino Rossi, o qual mesmo com o passar dos anos segue com atuações brilhantes

27/05/2015 17:12

Fausto Macieira é repórter do SporTV e colunista de Duas Rodas

O longínquo ano de 1965 foi marcado por dois grandiosos e bem humorados filmes de aventuras motorizadas: “A Corrida do Século” e “Esses Homens Maravilhosos e Suas Máquinas Voadoras”. Cinquenta anos depois, ainda me lembro de muitas cenas dos filmes, e o título do segundo, sem qualquer frescura – ocá, com alguma frescura – se aplica perfeitamente aos pilotos da MotoGP.

A MotoGP é o Olimpo do motociclismo esportivo internacional. Chegar lá é o objetivo de milhares, talvez milhões de pilotos amadores, motociclistas sonhadores e pedestres com espírito de aventura. Aos vinte e poucos anos, Marc Márquez (já) está lá, comandando a massa no lugar de Zeus, o grisalho deus supremo. Mas o velho leão Valentino Rossi ainda não perdeu a majestade e parece longe de tomar o caminho do sol poente para descansar em paz. Que estupenda corrida ele fez nas mil e uma curvas da noite árabe, saindo de 8º no grid para driblar quem estivesse pela frente a caminho da 109ª vitória, abrindo sua 20ª temporada no campeonato mundial olhando o mundo de cima, aos 36 anos mais do que bem vividos.

Mal comparando, aliás, pessimamente comparando, me lembrei dos meus 20 anos, das viagens malucas e corridas idem, magrelo, mas resistente, caindo e levantando como se nada tivesse acontecido, haha. Aos 40 eu ainda achava que andava bem, pura ilusão, tremenda falta de senso. Aos 60, onde estou chegando agora, as restrições são cada vez maiores. A cabeça, sempre desmiolada, ainda acha que vai dar certo, mas o corpo tem certeza que não.

O rumo que o Mundial de MotoGP está seguindo neste momento não desfaz o fato de que, com sete títulos nas 500 e MotoGP e dois nas classes de acesso, Valentino Rossi encontrou a fonte da eterna juventude. O feito do astro italiano só é comparável, do meu ponto de vista, ao de dois outros pilotos: Giacomo Agostini e John Surtees. “Ago” venceu inacreditáveis oito campeonatos mundiais nas 500cc e sete nas 350cc. O maior de todos os tempos vai completar 73 anos no próximo dia 16 de junho. Já o inglês venceu quatro títulos mundiais nas 500cc, três nas 350cc e um na Fórmula 1, em 1964, aos 30 anos de idade. Condecorado pela rainha com a Ordem do Império Britânico, Surtees continua pilotando motocicletas e bebendo seu adorado vinho tinto, aos 81 anos de glória.

Em suma, a qualquer tempo, o que seria das máquinas voadoras sem esses homens maravilhosos no comando? Não resta dúvida de que a maior parte do encanto estaria irremediavelmente perdida...

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