13/12/2021 15:12
Já se tornou um hábito na MotoGP que os pilotos mais cobiçados tenham contratos para duas temporadas e que os ciclos de renovação sejam negociados com antecedência, ainda no início do último ano de compromisso. Esse ciclo de dois anos dos principais nomes da categoria se encerrará em 2022, portanto as primeiras provas serão decisivas para definir as vagas nas equipes de fábrica para 2023.
Entre os pilotos de fábrica que não estão entregando a performance esperada provavelmente Alex Rins ocupa o topo da lista. Companheiro de equipe do campeão de 2020, Joan Mir, na Suzuki, caiu da 3ª posição na classificação da temporada passada para 13º neste ano. Cair, aliás, é o verbo que melhor sinaliza o principal problema do espanhol nas provas de 2021: foram seis abandonos, sempre na zona de pontuação e frequentemente sem outro piloto envolvido.
Muitos olhos também estarão voltados à performance de Jack Miller na Ducati. Apesar das duas vitórias e 4ª colocação no campeonato em 2021, seu principal problema foi a ascensão do companheiro Francesco Bagnaia a candidato ao título da temporada com resultados notadamente superiores. Paralelamente, a disputa pelo título de novato do ano também ocorreu entre pilotos de equipes satélites da Ducati: Jorge Martin (Pramac), que venceu a disputa contra Enea Bastianini (Avintia). Ambos estarão em busca de um assento em time de fábrica para 2023.
Outros dois pilotos que já mostraram o que podem fazer na MotoGP, mas ainda não provaram que serão regularmente rápidos após trocarem de motos são Pol Esparagaro (Honda) e Maverick Viñales. Ambos estão em processo de adaptação, o que pode soar estranho no caso de Espargaro, mas ainda será verdadeiro em 2022: após um primeiro ano particularmente difícil com a RC213V, que claramente passou por problemas no desenvolvimento, haverá uma mudança completa no protótipo de 2022.
No final da temporada parece que a Honda encontrou um caminho para fornecer uma moto mais competitiva aos pilotos e Espargaro conseguiu uma pole position na Inglaterra e 2º lugar na Emilia-Romagna. Na classificação da temporada foi apenas 12º, enquanto na garagem ao lado estava o campeão Marc Marquez voltando a vencer corridas.
Maverick Viñales estreou na Aprilia somente para as cinco últimas etapas do ano, após uma rescisão antecipada com a Yamaha. A moto italiana segue uma filosofia completamente diferente ao adotar motor V4 em vez de 4 cilindros em linha, como nas Yamaha e Suzuki com as quais ele já venceu. Por enquanto, o melhor resultado foi a 8 posição na Emilia-Romagna.
O último talento que pode perder a vaga em 2022 é Miguel Oliveira. Na primeira parte do ano a KTM sofreu com a performance abaixo do esperado da RC16, mas Oliveira voltou ao pódio em três etapas consecutivas (Mugello, Barcelona e Sachsenring) e parecia ter reencontrado o caminho para vencer. No entanto, do GP da Styria ao encerramento da temporada em Valência foram conquistados apenas nove pontos e o piloto terminou o ano em 14º, contra 6º do companheiro Brad Binder (sob contrato até o fim de 2024). Na equipe satélite Tech 3 chegam os estreantes Remy Gardner e Raul Fernandez, vindos da disputa pelo título da Moto2 vencido por Gardner.