Comparativo: Ducati Hypermotard versus MV Agusta Rivale 800

Não importa se é super, hiper ou ultra. Simplesmente, este é o jeito mais divertido de enfrentar os desafios urbanos e percursos sinuosos em duas rodas

15/05/2015 14:18

Texto: Ismael Baubeta          fotos: Mario Villaescusa

É em dias como este que sou obrigado a concordar com os amigos e colegas que invejam meu trabalho e dizem brincando: “que maravilha poder viver andando de motocicleta a trabalho!” Quem dera todos os dias fossem brilhantes assim, com motos da envergadura de Ducati Hypermotard e MV Agusta Rivale 800. Nem sempre o são, há jornadas menos ofuscantes, mas mesmo assim ainda vale a pena.

O conceito inspirado nas supermotard é o mesmo nas duas: corpo esguio e ágil como nas trail, usando suspensões altas e conjunto de rodagem para asfalto. Mas entre Rivale e Hypermotard, as únicas semelhanças são o chassi de treliça, o monobraço traseiro e a nacionalidade italiana. Desenho, porte e principalmente temperamento são diferentes, cada uma a seu modo.

A Ducati Hypermotard voltou ao Brasil renovada, usando um motor 821 refrigerado a líquido com 4 válvulas por cilindro no lugar do 796 a ar de 2 válvulas – e trazendo farta assistência eletrônica de série. Ronca grave e responde prontamente em baixas rotações. A MV é uma variação sobre a base da Brutale 800 que faz estardalhaço com os 3 cilindros, gosta de altos regimes, e grita como esportiva.

A Rivale gera 125 cv a 12.000 rpm, enquanto a Hyper produz 110 cv a 9.250 rpm. Na prática esta diferença se traduz em mais torque e rendimento em baixas rotações na Ducati, ela entrega tudo mais rápido, mas o fôlego também acaba antes: o torque máximo é de 9,07 kgf.m e chega a 7.750 rpm, ao passo que a MV sacrifica o torque em busca de potência: atinge 8,6 kgf.m a 8.600 rpm.

Nas alturas

A posição de dirigir da Hyper é mais parecida com a de uma trail, usando guidão largo, você vai sentado lá na frente, quase no bocal do tanque, em posição de ataque o tempo todo. É fácil se empolgar e brincar de fazer largadas a cada semáforo. A Rivale tem posição parecida, mas os braços vão menos flexionados. Os dois bancos não esbanjam espuma, nem foram feitos para rodar por muitos quilômetros; são estreitos e foram criados para pilotos inquietos, que vão se movimentar em manobras e curvas constantes.

O conjunto ciclístico destas duas motos oferece boa rigidez e controle direcional, outro ponto alto de ambas, que mudam de direção com leveza e instigam a acelerar. A Rivale oferece mais recursos para regulagem das suspensões, ambas multiajustáveis, enquanto a Hyper se limita à pré-carga e compressão na traseira. Com entreeixos 9 cm menor, é rápida para direcionar nas entradas de curva, por outro lado a frente é inquieta. A Hyper exige um pouco mais de força nas entradas de curva, que uma vez apontada contorna com segurança e previsibilidade. Os pneus Pirelli Diablo Rosso garantem aderência e ótima inclinação das italianas.

Grande virtude destas duas máquinas são os freios. Não é preciso força para sentir o poder das pinças radiais de quatro pistões da também italiana Brembo, e suavidade é necessária no acionamento. Ambas contam ainda com um belo pacote de eletrônica embarcada que inclui modos de pilotagem e controle de tração. 

Definitivamente são duas motos excelentes, empolgantes e que fogem do lugar comum. Só não se engane achando que vai passear, porque são ariscas e buscam condutores inquietos. Com algumas diferenças em itens de série e componentes, a Hypermotard custa consideravelmente menos que a Rivale e sai por R$ 44.900, contra os R$ 56.900 da MV Agusta.

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