Comparativo: Harley-Davidson Fat Boy 2018 x 2017

18/01/2018 05:01

A Fat Boy é sem dúvida um caso de sucesso. Sua fama vem desde o lançamento em 1990, tempo de Hummers representando o poder americano na Guerra do Golfo e de Arnold Schwarzenegger pilotando a Harley em “O Exterminador do Futuro 2”. Passadas quase três décadas o mundo mudou, as motos mudaram e a Fat Boy também precisou se renovar para seguir como principal representante da família Softail.

Para 2018 tudo é novo, da 2017 só sobrou o nome. Nos últimos 28 anos o motor Twin Cam teve a cilindrada aumentada e foi ajustado para atender a limites de emissões cada vez mais rigorosos; as suspensões foram aprimoradas, os freios ganharam ABS, mas a moto continuava essencialmente a mesma. Agora o motor V2 é o Milwaukee-Eight com 4 válvulas por cilindro, que pode ter 107 polegadas cúbicas (1.745cc) ou 114 (1.868cc) como nesta unidade avaliada. Chassi mais rígido usa menos material ajudando a deixar a Fat Boy 15 kg mais leve e novas suspensões mais precisas contam com garfo Showa Dual Bending Valve e amortecedor único na traseira com curso maior, além de regulagem remota da pré-carga da mola. As rodas maciças passam a ser de 18 polegadas (antes eram de 17”) com pneus mais largos de perfil baixo, 160/60-18 na frente e o monstruoso 240/40-18 atrás.

A lista de modificações e promessas de aprimoramento pela Harley é extensa, por isso nada melhor do que viajar com a nova 2018 acompanhada do modelo anterior e de seu proprietário, José Roberto Nunes, que convidamos para fazer parte do teste. Saímos de São Paulo (SP) cruzando boa parte da cidade com trânsito intenso, precisando recorrer a espaços entre os carros para alcançarmos a rodovia. Apesar do guidão largo e de ter plataformas para os pés que exigem atenção em espaços apertados, a Fat 2018 rapidamente se mostrou mais ágil do que a antecessora – no que o ângulo de cáster reduzido também contribui. Claro, manobrar 317 kg ainda é uma tarefa que exige esforço, mas em movimento a sensação mudou. No trânsito lento o motor emite menos calor, que é inevitável para qualquer propulsor de alta cilindrada nesta condição mesmo com refrigeração líquida. Melhoria expressiva é a diminuição das vibrações transmitidas ao piloto.

A posição de pilotagem é parecida, o banco está apenas 5 mm mais alto (675 mm). Braços afastados segurando o guidão à frente, pernas relaxadas adiante da linha dos joelhos, é como estar na poltrona de casa. E não adianta querer viajar correndo na autoestrada, porque nesta posição nos transformamos em uma espécie de paraquedas que torna difícil resistir ao vento em alta velocidade. Nas curvas a largura dos pneus torna a inclinação suave e progressiva, sempre estável e sem oscilações como as de antigamente. Mérito do novo conjunto de chassi e suspensões. 

Motorzão

Ficou evidente a evolução ciclística do modelo 2018, mas e quanto ao ganho de performance do motor? Do Twin Cam 1.690cc da moto do José Roberto para a nova topo de linha com o V2 114 o torque sobe de 12,1 kgf.m para 16 kgf.m às mesmas 3.000 rpm, suficientes para encurtar o tempo do 0-100 km/h de 6s20 para impressionantes 4s70. Em 6ª marcha é capaz de acelerar de 60 a 100 km/h em 6s52, contra 10s04! “É outra moto”, diz nosso convidado, sorrindo. “Totalmente diferente, assim que sentei percebi a leveza e, ao andar, mais ainda. Fiquei impressionado! E o motor empurra muito, não precisei acelerar quase nada para ela ganhar velocidade, além da vibração ser bem menor.”

A diferença de preço da Fat Boy 2017 para a 2018 é de cerca de R$ 5 mil, partindo de R$ 69.980 com motor 107 e de R$ 76.480 com o 114 (cores especiais e pintura em dois tons como esta têm acréscimo de R$ 1.300). A evolução é enorme e vale a pena, opinião compartilhada por José Roberto: “As melhorias são tão imponentes que o preço está de acordo com o que ela oferece. Compraria uma e pagaria com gosto a diferença.”   

Ficha técnica

Motor: 1.868cc, V2, 4 válvulas por cilindro, refrigeração a ar 

Diâmetro x curso: 102 mm x 114,3 mm

Taxa de compressão: 10,5:1

Potência: n.d.

Torque: 16 kgf.m a 3.000 rpm

Alimentação: injeção eletrônica

Câmbio: 6 marchas

Chassi: berço duplo de aço

Suspensões: garfo telescópico na dianteira e monoamortecida com regulagem de pré-carga na traseira

Pneus: 160/60-18 na dianteira e 240/40-18 na traseira

Freios: disco de 300 mm com pinças 4 pistões na dianteira e disco de 292 mm com pinça de 2 pistões na traseira

Comprimento: 2.370 mm

Largura: n.d.

Altura: n.d.

Altura do banco: 675 mm 

Entre-eixos: 1.665 mm

Distância do solo: 115 mm

Peso: 317 kg (ordem de marcha)

Tanque de combustível: 18,9 litros

Preço: R$ 77.730

Medições de desempenho 

Aceleração 0-100 km/h: 4s70

Frenagem 100-0 km/h: 50,50m

Retomadas em 6ª marcha

60-80 km/h: 3s36

80-100 km/h: 3s16

100-120 km/h: 3s17

 

Copyright Duas Rodas. Para adquirir direitos de reprodução de conteúdo, textos e/ou imagens: marcelo@revistaduasrodas.com.br

APLICATIVO



INSTAGRAM