20/12/2021 15:12
O protótipo da Ducati MotoE deu as primeiras voltas em autódromo no circuito de Misano, na Itália. É o primeiro desdobramento “público” do anúncio da parceria que ocorrerá a partir da temporada 2023 entre a fabricante italiana e a categoria de motos elétricas do campeonato mundial, que terá a Ducati como fornecedora única em substituição à também italiana Energica.
O projeto da Ducati MotoE foca em melhorar a performance da atual Energica Ego, com especial dedicação à diminuição de peso e à consistência na entrega de potência durante as corridas através de um novo sistema de refrigeração. A fabricante admite que o laboratório proporcionado pela competição levará ao desenvolvimento de um modelo esportivo de rua.
Para Roberto Canè, diretor da área de mobilidade elétrica da Ducati, a empreitada é desafiadora por causa dos objetivos de performance a serem atingidos num prazo tão curto. Resta apenas um ano para a estreia da Ducati MotoE no lugar de outra moto aprimorada ao longo de quatro temporadas.
O contrato de fornecimento da Ducati com o campeonato também contempla o período de quatro anos, até a temporada 2026. Parâmetro atual é a Energica Ego Corsa usada por todas as equipes da MotoE, que produz até 149 cv e 22,4 kgf.m para 260 kg. É capaz de acelerar de 0 a 100 km/h na casa de 3 segundos e atingir 260 km/h.
Os tempos de volta da Energica estão mais próximos da Moto3 (250cc), pois embora o rendimento do motor esteja mais para Moto2 (765cc) o peso ainda é cerca de 100 kg superior. Após o primeiro teste da Ducati MotoE o piloto Michele Pirro afirmou que a moto é “leve e já tem bom equilíbrio”. Ele revelou que em Misano limitaram a potência a 70% do disponível no propulsor e que “a resposta do acelerador e a ergonomia são muito similares aos da MotoGP”.
As primeiras imagens dos testes revelam algumas novas direções tomadas pela Ducati no desenvolvimento. A mais evidente é o amplo uso de fibra de carbono para ajudar a reduzir o peso, na carenagem, para-lamas, tanque, braço oscilante da suspensão e subchassi. Por baixo da carenagem há outra novidade, a refrigeração líquida das baterias por meio de radiador em vez do ar canalizado atualmente na Energica.