Escolha certa: rastreador+seguro ou seguro convencional?

12/01/2018 12:01

O alto índice de roubos e furtos nas grandes cidades brasileiras hoje é o principal motivo para contratação de seguros. E esse mesmo índice que encareceu o valor das apólices, muitas vezes inviabilizando a contratação para determinados modelos mais visados, foi o que estimulou o surgimento de novas modalidades de cobertura no país: seguro apenas contra roubo/furto (não cobre danos causados por queda, por exemplo), alguns contratados de operadoras de rastreadores e vinculados à instalação obrigatória do aparelho. 

Este é o caso dos serviços da Suhai, em que o custo é calculado de acordo com o modelo de moto e o perfil do dono, para pagamento total ou parcelado em três vezes sem juros (até 12 vezes com juros). O rastreador só é instalado em casos de maior risco, sem custo adicional, e o valor pode ficar próximo de R$ 1 mil para modelos de menor valor ou menos visados, passando de R$ 2 mil para modelos de média cilindrada. Já na Ituran, que atua em parceria com a seguradora QBE, o pagamento é de mensalidade com valor fixo para cada modelo de moto, sem análise de perfil. A indenização é limitada a 90% da tabela Fipe e a instalação do rastreador obrigatória, por R$ 349 adicionais (podem ser parcelados); outros R$ 99 são cobrados pela instalação do equipamento.

E o seguro convencional?

As seguradoras tradicionais oferecem a possibilidade de simular o desconto pela exclusão de coberturas, podendo ser cotada apenas a proteção contra roubo/furto, o que muitas vezes impacta pouco o custo do serviço. Se você faz questão de ter uma cobertura completa, incluindo sinistros por colisão e cobertura para danos de terceiros, ou mesmo se seu perfil favorece este tipo de contratação a um custo competitivo quando comparado aos seguros de baixo custo de Ituran e Suhai, então é importante saber os meandros das cotações. A cotação de seguro de uma pessoa nunca é igual à de outra porque para o cálculo são consideradas pelo menos duas dezenas de fatores que variam caso a caso. Entre esses fatores estão a idade do segurado e das pessoas com quem reside, tipo de garagem onde a moto ficará estacionada, frequência de uso, valores das coberturas e, o principal, o endereço. Este pode ser o vilão ou herói da apólice, que produz as maiores variações no custo do seguro, o chamado prêmio. A diferença pode ser maior que o dobro, mudando apenas o endereço.

O segundo item que mais influencia o valor da apólice é o perfil do segurado, em especial a idade. Sai mais caro para os que estão próximos dos 18 anos, solteiros, moram em casa, residem com outras pessoas de 18 a 24 anos e usam a moto diariamente porque é o único veículo que possuem. O valor do prêmio cai conforme a idade aumenta, em especial a partir dos 30 anos. Já o melhor perfil possível é de quem está casado, mora em apartamento com garagem fechada e sem pessoas recém-habilitadas.

É verdade que perfil e endereço dificilmente podem ser modificados, mas há uma série de opções que dependem exclusivamente do segurado e podem fazer toda a diferença no preço – o corretor de seguros pode ajudá-lo fazendo simulações. Começando pelas coberturas, que em caso de sinistro afetam o bolso e o tamanho da dor de cabeça do segurado: o valor coberto pelo seguro em caso de danos materiais (a outro veículo) ou corporais (outra pessoa) pode variar, por exemplo, de R$ 20 mil a R$ 700 mil, somando apenas algumas dezenas de reais a serem pagos por um ano de seguro. Em outras palavras, aumentar o valor dessas duas coberturas custa pouco considerando o possível prejuízo de bater em um carro de luxo.

Também é preciso ficar atento ao valor da franquia, cobrado em caso de sinistro (queda, por exemplo) para o acionamento de reparos custeados pela seguradora. A franquia é uma espécie de proteção da seguradora para que o segurado não acione indiscriminadamente o custeio de pequenos reparos. Muitas vezes uma cotação de seguro atrativa pode esconder uma franquia de valor elevado para compensar o risco da seguradora, ou seja, que inviabilizaria consertos em caso de queda porque custaria mais acionar a seguradora do que pagar pelo serviço. 

Por fim, saiba que o custo do seguro também varia de acordo com a comissão estipulada pela corretora. A comissão varia de 10% a 30% do custo do seguro e é paga por você como valor final da apólice. Saber qual percentual de comissão está sendo cobrado é um direito seu e deve ser informada junto com a cotação. Uma vez que as corretoras comercializam produtos das mesmas seguradoras, a comissão é o principal fator para que haja diferença de preços entre cotações. 

 

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