Exposição conta a história da Vespa no Brasil e celebra a mítica por trás do modelo italiano

Mostra no Museu da Casa Brasileira (SP) vai até o dia 3 de agosto; onze modelos podem ser vistos nos quatro ambientes da exposição

27/06/2014 11:05

Texto: Vinícius Piva      Fotos: Mario Villaescusa

Quem deseja conhecer a história do setor de duas rodas e o seu processo de consolidação pelo mundo inevitavelmente passará por um modelo: Vespa. Criado na Itália em 1946 no contexto do pós-guerra, é capaz de ainda nos dias atuais resgatar um sentimento de nostalgia em antigos admiradores e na mesma proporção despertar a curiosidade de jovens ávidos por um meio de locomoção simples e prático.

Para contar um pouco dessa trajetória e celebrar a mítica existente por trás desse veículo, o Museu da Casa Brasileira, em parceria com o Instituto Italiano de Cultura, promove até o dia 3 de agosto, em São Paulo (SP), a exposição “Vespa, um ícone italiano – história, cultura e design”. Inédita, a mostra, a primeira sobre o modelo no Brasil, é reconhecida e tem o apoio oficial da Piaggio.   

“O objetivo é celebrar a cultura de duas rodas, a Vespa não é a cultura da velocidade, mas de passeio, de design. Percorremos a história e chegamos até os dias de hoje, até porque a Vespa está sendo redescoberta. Em Miami, por exemplo, onde está acontecendo um renascimento cultural muito importante, há uma febre de Vespa agora”, explica Ricardo Peruchi, curador da exposição.

De acordo com Peruchi, a mostra foi pensada em quatro núcleos independentes, mas complementares. O principal chama-se a “Vespa e o Made in Italy”, que conta a história da origem até os dias de hoje em uma grande linha do tempo. “Esse espaço coloca a Vespa no contexto dessas transformações culturais, econômicas, sociais em que o mundo vai passando”, afirma.

O segundo núcleo é a “Vespa e a Mulher”, o qual retrata os dois lados da feminilidade: a mulher emancipada, já que a Vespa era simpática ao público feminino, em oposição ao estereótipo da mulher-objeto, retratada em alguns momentos no tradicional calendário Vespa. O terceiro núcleo foi intitulado “Vespa no Brasil”, no qual o visitante poderá conhecer a trajetória do veículo de origem italiana no país, cheia de idas e vindas, com foco em clubismo, colecionadores, restauração e customização. O último núcleo – A Vespa é Pop – retrata o modelo no ambiente das artes.

Espalhadas pelos quatro ambientes, no total são onze unidades de colecionadores particulares à vista – a maioria chegou ao museu andando –, a primeira delas de 1953 e a última de 2013. Algumas são italianas, mas todas de propriedade de brasileiros.  

Personagem

“A curadoria foi feita a partir das pessoas que amavam a Vespa no Brasil. Objetos não existem sem pessoas, então a ideia era humanizar o veículo”, relata Peruchi, que diz ter ficado impressionado com algumas histórias que ouviu. Um exemplo é a de Spartaco Bernardini, que tem uma relação quase umbilical com o scooter da Piaggio.

Nascido na Itália em 1946, mesmo ano de lançamento do modelo a cerca de 15 km de distância da fábrica, Bernardini tinha um irmão que trabalhava em uma fábrica fornecedora de peças para a Piaggio e era dono de um scooter. Ele ficava fascinado ao ver o veículo. Tanto que com sete anos de idade conseguiu subir e se equilibrar nele. Meses depois fez o motor funcionar e depois de alguns tombos finalmente conseguiu dar uma volta no sítio onde morava. Essa mesma Vespa da década de 1950, com a qual Spartaco Bernardini estabeleceu seu primeiro contato com o veículo, está em exposição no museu.

A exposição fica aberta ao público de terça a domingo das 10h às 18h. O ingresso custa R$ 4 – aos domingos e feriados o acesso é gratuito. O Museu da Casa Brasileira fica na avenida Brigadeiro Faria Lima, 2705 em São Paulo (SP).

Após três décadas, Bultaco retorna com foco em motos elétricas

História: Honda CB 750 estabeleceu novos padrões na indústria

Nas bancas: comparativos naked 1000, street 250/300 e trail 150

APLICATIVO



INSTAGRAM