09/12/2025 19:17
A Harley-Davidson sempre foi mais que uma marca de motocicletas. Isso estamos cansados de saber. Mas o que acontece quando essa identidade ganha músculos extras e vocação real para viagem? Nasce a Harley-Davidson Low Rider ST 2025, a prova de que tradição e performance podem dividir o mesmo guidão sem conflitos. É dela o título de Moto do Ano 2026 Custom.
Se você ainda enxerga Harley como sinônimo de passos lentos e ronco nostálgico, prepare-se para recalibrar conceitos. A Low Rider ST mantém a alma de Milwaukee, mas entrega um desempenho empolgante, pronto para derrubar preconceitos na primeira esticada em uma estrada.
A ST engana pela silhueta familiar das Low Rider, mas basta um olhar mais atento para perceber o salto. A carenagem frontal inspira a pegar logo a estrada, confirmação que logo surge nos alforjes rígidos que acompanham o desenho com elegância e dão à moto aquela presença de estrada que mistura autoridade e discrição. Nada sobra, nada falta.
A ergonomia segue o DNA cruiser, com pernas estendidas e guidão alto na medida certa. O banco convida a longos capítulos de asfalto, e o conjunto transmite aquela sensação de que a viagem começa antes mesmo de girar a chave. A estética não está só ali para impressionar — ela prepara o piloto para a proposta da moto.
No centro de tudo está o monumental Milwaukee-Eight 117, um V-Twin de 1.923 cm³ que fala bem alto. São 17 kgf.m a 4.000 rpm, entregues com brutalidade civilizada. Potência? A Harley não precisa dizer, mas se estima algo como 114 cv. Basta um leve giro no acelerador para o corpo entender a conversa.
A resposta é imediata, cheia, consistente. Em arrancadas, ultrapassagens ou subidas longas, a ST empurra como se sempre tivesse mais reserva. E o ronco… aquele grave encorpado, vibrante, que só um V-Twin Harley de verdade entrega — o tipo de som que preenche o capacete e o humor do dia.
Só que a verdadeira provocação da ST não está apenas no motor e sim no comportamento dinâmico. O chassi Softail trabalha com uma precisão que surpreende até quem já domina a cartilha da marca. A suspensão invertida na dianteira e o monoamortecedor traseiro permitem algo raro em cruisers pesadas: confiança para deitar nas curvas.
Em estradas sinuosas, a moto se comporta com estabilidade e firmeza, mantendo trajetória sem drama. Os freios — discos duplos na frente, simples atrás, ABS de série — entregam controle e previsibilidade.
O painel minimalista cumpre seu papel sem roubar cena. A Harley coloca a experiência acima da distração: informações essenciais, foco na estrada, zero exagero digital. Tudo isso por “apenas” R$ 143.000.