História: BSA, entre armas e motos

Fundada há mais de 150 anos, BSA fez sucesso com motores de 2 cilindros até ser superada pelas japonesas

25/07/2014 11:35

Texto: Francis Vieira     Fotos: Mario Villaescusa

A necessidade de transporte barato e econômico fez com que a maioria das fabricantes de motos tivesse sua história muito influenciada pelo pós-guerra. Se há uma que esteve diretamente ligada aos conflitos foi a BSA, que iniciou produzindo armas e depois expandiu para bicicletas e motocicletas, chegando a ser a maior fabricante da Europa.

A marca inglesa iniciou sua história em 1854, em Birmingham, através de uma associação de 14 fabricantes de fuzis para a produção de armas que abasteceriam as tropas britânicas na Guerra da Crimeia (atual Ucrânia), contra o império russo. Na década de 1880, a BSA já estava no negócio de bicicletas e triciclos; as motos foram consequência, e o lançamento da primeira moto de linha aconteceu em 1909.

A primeira grande evolução nas motos BSA ocorreu em 1919 com o lançamento do Modelo E e um novo motor de 2 cilindros em V de 771cc que rendia 6 cv, com câmbio de 3 marchas, que possibilitava o transporte de sidecar. Até meados da década de 1940 as motos BSA eram comercializadas como produtos acessíveis e de desempenho razoável, mas não eram vistas como máquinas de corrida. Este quadro começou a mudar quando foi lançada a A7 com um motor de 2 cilindros em linha de 495cc. Assim, marcaram presença em grids como o do TT da Ilha de Man, 200 Milhas de Daytona e mundial de motocross.

Graças à entrada da Triumph no grupo BSA, em 1951, a marca de Birmingham se transformou na maior fabricante de motos da Europa. No início da década de 1960, a BSA já oferecia 11 modelos. A A65L Lightning de 1971, mostrada nas fotos, é um dos modelos raros da fabricante. Atualizada a partir dos modelos lançados em 1966 com motor de 654cc e 46 cv, tinha nova carburação e escapamento que elevavam a potência para 49 cv. Desenvolvida em parceria com a Triumph, a Lightning trazia novidades como o reservatório de óleo no chassi e melhorias para uso esportivo como a tomada de ar no freio dianteiro a tambor, a redução da distância entre-eixos e a altura do banco elevada.

Na década de 1970 as motos japonesas de alta cilindrada ganharam prestígio com os motores de 4 cilindros em linha e tornaram as inglesas obsoletas. Algumas unidades importadas da BSA foram vendidas pela Mesbla a partir de 1970, mas a crise entre as marcas inglesas levou BSA e Triumph a serem adquiridas no ano seguinte pela Norton.

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