Honda CB e CBR 650F renovadas no visual e na performance

10/10/2017 10:10

A Honda acaba de renovar a linha 650 para 2018, seguindo a atualização já realizada no exterior, e mantendo os preços em R$ 33.900 para a CB 650F e R$ 35.500 para a CBR 650F. A exemplo do que ocorreu com a linha 500 (que se aproximava do preço das 650/700 bicilíndricas, enquanto as 650 estavam encostadas nas 800cc), a correção de posicionamento realizada em meados deste ano resultou em aumento significativo nas vendas e permanece, apesar desta mudança de ano/modelo acompanhada de atualizações.

Visualmente a naked ganha estética frontal semelhante à da CB 500F reestilizada recentemente, e a CBR concentra a mudança na área do farol e entradas de ar em volta deste basicamente com a mesma carenagem. A traseira e o assento largo foram mantidos. A CB também teve a posição de pilotagem ligeiramente avançada, com o guidão mais baixo e plano. Além das novas cores as duas vêm com motor e balança pintados de preto.

Apesar do belo figurino que receberam, foi por baixo da roupa que as maiores mudanças aconteceram. O motor de 4 cilindros recebeu ajustes que lhe fizeram render 1,5 cv a mais na mesma faixa de rotação (88,5 cv a 11.000 rpm e 6,2 kgf.m a 8.000 rpm, portanto uma perda de torque máximo de 0,2 kgf.m ). Parte do ganho veio da alimentação de combustível, melhorada com aumento no diâmetro do corpo de borboletas, maior tempo de injeção, avanço na ignição e novo escapamento. Os engenheiros japoneses encurtaram as relações de 2ª, 3ª, 4ª e 5ª marchas para que as respostas ao acelerador sejam mais rápidas nas acelerações e retomadas.

Outra importante mudança foi a suspensão dianteira agora Showa Dual Bending Valve, com duplo conjunto de válvulas: em oscilações mais suaves as válvulas funcionam normalmente, mas quando o sistema recebe carga maior (numa frenagem forte antes de uma curva, por exemplo) uma das válvulas é restringida pela pressão, endurecendo o curso das bengalas a partir desse ponto. Não há possibilidade de regulagem, e na traseira o amortecedor permite o mesmo ajuste de pré-carga da mola. As pinças do freio dianteiro da Nissin são novas, embora ainda de dois pistões.

Curvas chegam mais rápido

Na sinuosa pista do Circuito dos Cristais, em Curvelo (MG), começamos primeiro com a CB 650F. O guidão mais baixo deixou a posição mais esportiva, sem comprometer demais o conforto. A moto seguiu bem “colada” no asfalto e os movimentos das suspensões são previsíveis, quase não oscila em alta velocidade, talvez favorecida pelo asfalto da pista bem liso, mas é bom sinal.

Na CBR 650F o maior peso da carenagem sobre o eixo dianteiro ajuda a manter o pneu colado no piso, em ambas é nítida a melhora do comportamento da dianteira em uso mais esportivo, no ataque às entradas de curva e nas mudanças rápidas de direção.

O 1,5 cv a mais do motor pode ser imperceptível, mas a mudança no câmbio faz muita diferença nas acelerações, o espaço entre uma saída de curva e a entrada da próxima é percorrido mais rápido, no Circuito dos Cristais permitiu trocar menos de marcha. As mudanças na linha 650 são efetivas e o preço mantido uma boa notícia, que as mantém na concorrência com as Yamaha XJ6N (R$ 33.990) e MT-07 (R$ 31.990), e as Kawasaki Z650 e Ninja 650 (R$ 32.990 e R$ 33.990). 

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