Kawasaki Z H2 é Moto do Ano na categoria Naked até 1000cc

Insana: modelo de 200 cv estreou neste ano e já faturou o título em sua categoria

09/12/2025 07:12

A Z H2 carrega no DNA um sobrenome pesado. Ela descende diretamente da linha H2, aquela mesma superbike que desembarcou no Brasil por pouco tempo, causando uma mistura de espanto, fascínio e medo. A H2 era um monstro sobrealimentado que entregava 243 cv e custava mais de R$ 160 mil; a versão de pista, a mitológica H2R, desenvolvia 326 cv e passava fácil dos R$ 300 mil. Tudo isso lá em 2019. A Z H2 é o capítulo mais “civilizado” dessa linhagem — mas só entre aspas.

Ela mantém o 4-cilindros em linha de 998 cm³, 16 válvulas, duplo comando e compressor, só que aqui amansado para 200 cv a 10.500 rpm e 14 kgf.m a 8.500 rpm. Insano? Claro. Mas, desta vez, com um comportamento menos caótico nas faixas baixas e médias de giro. Não tem aquele soluçar típico de motores que só “acordam” quando o ponteiro ameaça o limite do tacômetro. A Kawasaki calculou a entrega para torná-la utilizável no mundo real.

Isso não quer dizer que seja a moto ideal para o trânsito dos grandes centros urbanos. Ela faz sentido mesmo nos rolês noturnos, nas estradas limpas. O pacote técnico sustenta essa nova personalidade. A caixa de ar é de alumínio — plástico não sobreviveria à pressão do compressor. A suspensão dianteira é invertida, tubos de 43 mm, com todos os ajustes possíveis; atrás, monochoque Uni-Trak também regulável. Nos freios, Brembo M4.32 na frente com discos de 320 mm e um disco de 260 mm atrás. Há quickshifter bidirecional, embreagem assistida e deslizante e uma transmissão com engrenagens de dentes retos, mais resistentes e precisos.

Na eletrônica, tudo o que a Z900 oferece — e um pouco mais. IMU de seis eixos, modos de pilotagem, ABS atuante em curvas, controle de tração, anti-empinamento e até controle de largada, para garantir arrancadas máximas sem patinação.

O motor enche progressivamente e, quando você percebe, está rodando forte com uma naturalidade quase desconcertante. Nas curvas, ela surpreende pela estabilidade. Nas frenagens, é firme sem brutalidade gratuita. A aerodinâmica limitada de uma naked faz você subestimar a velocidade: a 180 km/h parece que você está a 100. Vibração mínima, ruído controlado e um assovio divertidíssimo da caixa de ar.

As trocas de marcha são tão precisas quanto na Z900. A ciclística, mais séria. Mas, no fim, a Z H2 se revela menos selvagem do que a ficha técnica faz imaginar — desde que o piloto tenha juízo. Se quiser explorar o limite real, melhor ter certeza de que você tem muita perícia. Mas, se tiver, nada é igual. Por R$ 119.990, acredite: ela ainda é mais em conta do que as rivais diretas da Ducati e da Harley.

APLICATIVO



INSTAGRAM