08/04/2021 16:49
No começo dos anos 1970 a Kawasaki começava a fazer seu nome no Ocidente. Os modelos H1 500 Mach III e H2 750 Mach IV eram leves e entragavam uma aceleração brutal. Eram equipados com motores de 2 tempos e 3 cilindros, mas a Kawasaki já planejava uma grande mudança.
Os engenheiros japoneses trabalhavam numa nova plataforma de produtos de 4 tempos com 4 cilindros. A primeira da série teria a maior cilindrada da época e estrearia o primeiro comando de válvulas duplo (DOHC) para superar a performance da Honda CB 750.
Assim nasceu a Z1, primeira Kawasaki com esta nomenclatura até hoje usada pelas nakeds da marca. E que 45 anos depois recebeu uma releitura batizada de Z900 RS, com uma versão Café (vídeo no final da matéria).
O objetivo da Kawasaki era iniciar uma transição para modelos mais "amigáveis" de 4 tempos. Eram motos mais fáceis de serem pilotadas e mantidas, sem a necessidade de adicionar óleo à gasolina. O surgimento das primeiras regulamentações de emissões também indicava um cenário restritivo para a tecnologia 2 tempos.
A Z1 de 900cc foi lançada em 1972, após um período de desenvolvimento que incluiu testes nos Estados Unidos. Entre os pilotos contratados para a missão esteve o inglês Paul Smart, na época correndo de Kawasaki no país. E a Z1 superou as 750 que até então reinavam no topo do mercado mundial.
Produzia 82 cv e 7,5 kgf.m, que a tornaram a moto mais rápida do mundo (alcançava 210 km/h). Câmbio de 5 marchas, freio a disco e partida elétrica também eram o melhor disponível naquele tempo.
O conjunto mecânico da Z1 foi muitas vezes classificado como confiável e até “superdimensionado” por especialistas. A taxa de compressão de apenas 8,5:1, quando concorrentes já estavam em 9:1, reduzia o estresse de componentes.
Também facilitava a combustão de gasolina de qualquer qualidade nos diferentes mercados mundiais, sem exigir gasolina especial de alta octanagem. Quando o motor da Z1 era preparado para uso esportivo tinha potencial para mais de 100 cv ainda com confiabilidade.
Nos anos seguintes a família de motores de 4 cilindros cresceria com variações como Z750 e Z1000. A Z1300 inovaria entre as estradeiras com motor de 6 cilindros. E nos anos 1980 uma nova geração de motores de 4 cilindros com 16 válvulas faria a fama das Ninja. E manteria o recorde mundial de velocidade nas mãos da Kawasaki.
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