Márquez vence e abre vantagem, mas toque em Pedrosa gera crise na Honda

Comentarista Fausto Macieira analisa GP de Aragón e não crê em punição para o novato espanhol

30/09/2013 12:16

Por Fausto Macieira, do Blog MundoMoto

Mais de 60 mil pessoas na monumental pista de Motorland Aragón, na Espanha, para acompanhar a 14ª etapa (de 18) do Mundial de Motovelocidade 2013. E na categoria principal, a MotoGP, uma corrida polêmica, que vai dar margem a muitas discussões  nos próximos dias.

Largando na 2ª colocação no grid, Jorge Lorenzo disparou na ponta com a Yamaha 99, seguido pelo pole position Marc Márquez e por seu companheiro de Honda, Dani Pedrosa, e por Valentino Rossi na outra Yamaha. O atual campeão do mundo tentou repetir a estratégia que deu certo nos GPs da Inglaterra e San Marino, abrindo boa vantagem logo na primeira volta.

Dani Pedrosa, que completava 28 anos neste domingo (29), acelerou tudo, quebrou o recorde da pista e tomou a 2ª posição de Márquez. Na 5ª volta, no entanto, Márquez tentou recuperar a posição, mas atrasou demais a freada, deu um toque leve na traseira de Pedrosa e saiu da pista. Pedrosa, que não parecia ter sido afetado, caiu feio poucos metros depois, abandonando a corrida e vendo diminuir a chance de chegar ao sonhado título mundial.

Enquanto o aniversariante era transportado para o centro médico, Márquez recuperou-se rapidamente e passou a atacar Lorenzo, conseguindo ultrapassá-lo a 10 voltas da bandeirada. Valentino Rossi, que depois de se livrar da presença do alemão Stefan Bradl (LCR Honda), havia herdado a 3ª posição, foi envolvido em uma batalha feroz com Álvaro Bautista, da Gresini Honda. Após várias trocas de posição, o veterano italiano se livrou da sina de quatro 4ºs lugares seguidos e conseguiu voltar ao pódio, ao lado de Lorenzo, o 2º, e Márquez, vencedor pela sexta vez no ano, o que lhe dá agora 39 pontos de frente sobre Lorenzo e 59 de vantagem sobre Pedrosa em 100 pontos a disputar nas quatro etapas finais.

O cabo rompido…

Pedrosa, que teve o controle de tração avariado no toque com Márquez, reclamou e muito, pedindo uma punição para o toque – até o momento, nenhuma penalização foi anunciada. E surgiu uma nova teoria, de que foi o cotovelo de Márquez que avariou o cabo do controle de tração do “companheiro”. Desta confusa situação, surgem algumas conclusões:

1 – Shuhei Nakamoto colocou seu pilotos sob (mais) pressão ao criticá-los por não arriscarem na largada e nas voltas iniciais. Houve comparações com o australiano Casey Stoner e isso gerou ressentimento – especialmente de Pedrosa que, mordido, queria vencer de qualquer maneira, e parecia ter ritmo para isso não fosse o “fogo amigo” na curva 12.

2 – A MotoGP está cada vez mais dependente da eletrônica; Pedrosa passou de piloto a passageiro e foi ao chão sem sequer esboçar uma reação. Lembram-se do tombo de Lorenzo em Laguna Seca em 2011 e o de Pedrosa treinando largada em 2010? O controle é cada vez mais de sensores e cada vez menos dos pilotos, o que não parece bom para o espetáculo.

3 – E sendo assim, o porquê de um componente fundamental como o controle de tração ficar tão exposto a ponto de ser avariado por um leve toque, de moto ou cotovelo, não importa.

Ao que parece, Pedrosa (e companhia, inclusive a turma da garagem azul) querem impor mais dois pontos no carnê de multas de Marc Márquez, o que o obrigará a largar em último no GP da Malásia, dia 13 de outubro. “Não creio que criei nenhuma situação muito perigosa. Se Dani acha que eu errei o pêndulo, errei o ano inteiro; o meu estilo é esse, me sinto seguro assim”, alegou Márquez. No comunicado oficial da equipe, ele explicou que abriu demais a curva, pediu desculpas por ter causado a avaria no equipamento do companheiro e disse que é algo “raro” de acontecer. Após toda a polêmica, o chefe de equipe da Repsol Honda, Livio Suppo, se declarou favorável a uma punição a Márquez. O caldo está engrossando. Estamos de olho...

Minha opinião: a punição não sai. Alguns rumores, no entanto, apontam para a penalização do espanhol, que largaria em último no GP da Malásia. E você, o que acha? Márquez deve ser punido? Nesta segunda-feira (30), a organização da MotoGP afirmou que os dois serão ouvidos em Sepang sobre o incidente. E que fase do Pedrosa, hein? Ano passado foi o cobertor térmico, e agora é o cabo que o ejeta da briga pelo título. Já são oito anos de tentativas…

Moto2 e Moto3

Na Moto2, corrida impecável do local Nico Terol (Aspar/Suter), que decolou da pole position e dominou a prova do início ao fim. Os compatriotas Tito Rabat (Tuenti HP4/Kalex) e Pol Espargaró (Tuenti HP4/Kalex) completaram o pódio. O líder do campeonato, o inglês Scott Redding, ficou em 4º e tem agora 20 pontos de frente sobre Espargaró. Não dá para relaxar…

Na Moto3 tivemos mais um pódio da quase invencível armada espanhola, com Álex Rins (Estrella Galicia/KTM) atacando na volta final para ultrapassar o rival Maverick Viñales (Team Calvo/KTM) e vencer pela 5ª vez no ano e segunda consecutiva. Alex Márquez (Estrella Galicia/KTM), o irmão mais novo de Marc, completou o pódio. O líder do campeonato Luis Salom (Red Bull KTM Ajo) ficou em 4º e viu sua liderança emagrecer para 9 pontos de vantagem para Rins. Abre o olho, Salom…

O brasileiro Eric Granado (Mapfre Aspar/Kalex KTM), que largou em 25º, fez boa corrida de recuperação e chegou em 16º, a meros 159 milésimos da zona de pontos.

Classificação

MotoGP – após 14 de 18 etapas

1) Marc Márquez (ESP/Repsol Honda), 278 pontos

2) Jorge Lorenzo (ESP/Yamaha Factory), 239

3) Dani Pedrosa (ESP/Repsol Honda), 219

4) Valentino Rossi (ITA/Yamaha Factory), 185

5) Cal Crutchlow (GBR/Monster Yamaha Tech 3), 156

6) Stefan Bradl (ALE/LCR Honda), 135

7) Álvaro Bautista (ESP/Go & Fun Honda Gresini), 125

8) Andrea Dovizioso (ITA/Ducati), 112

9) Nicky Hayden (EUA/Ducati), 102

10) Bradley Smith (GBR/Monster Yamaha Tech 3), 80

Moto2 – após 13 de 17 etapas

1) Scott Redding (GBR/Marc VDS/Kalex), 215 pontos

2) Pol Espargaró (ESP/Tuenti HP4/Kalex), 195

3) Esteve Rabat (ESP/Tuenti HP4/Kalex), 171

4) Mika Kallio (FIN/Marc VDS/Kalex), 143

5) Takaaki Nakagami (JAP/Italtrans/Kalex), 130

Moto3 – após 13 de 17 etapas

1) Luis Salom (ESP/Red Bull KTM Ajo), 259 pontos

2) Álex Rins (ESP/Estrella Galicia/KTM), 250

3) Maverick Viñales (ESP/Team Calvo/KTM), 247

4) Álex Márquez (ESP/Estrella Galicia/KTM), 149

5) Jonas Folger (ALE/Mapfre Aspar/Kalex KTM), 129

22) Eric Granado (BRA/Mapfre Aspar/Kalex KTM), 7

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