Medimos a redução de tempo usando câmbio com quickshifter

A troca de marchas tem mais influência na aceleração do que você imagina. Testamos o quickshifter e mostramos em números quanto se ganha com o sistema

30/10/2019 07:05

O mundo das competições é uma disputa por pequenos aprimoramentos nas motos, que rendem ganhos de frações de segundo. Entre as inovações dos últimos anos, as fabricantes perceberam que as trocas de marcha também mereciam atenção. Surgiram os sistemas quickshifter e de embreagem dupla, mas foi este primeiro que ganhou as ruas por ser mais simples.

O assistente eletrônico deixa a troca de marcha mais rápida ao eliminar o uso da embreagem no processo de mudança. Um sensor instalado na articulação do pedal de câmbio identifica a pressão do pé para iniciar a troca. E a central eletrônica da moto responde cortando ignição e combustível por uma fração de segundo. Assim a marcha superior é facilmente engatada sem acionamento da alavanca, poupando tempo e a queda de rotações do motor. Além, é claro, de a eliminação da embreagem no processo ser um conforto. O quickshifter já é item de série em modelos de maior cilindrada, tendência que a cada ano alcança novos modelos.

Para traduzirmos os benefícios do sistema em números, instalamos nossa telemetria em duas unidades da Triumph Daytona. O modelo tem versões com e sem o sistema, respectivamente nas versões R e standard. Usando o mesmo conjunto de motor e transmissão foi possível identificar exatamente o ganho de aceleração da R. 

Partindo da imobilidade, em 600 metros de aceleração foi possível trocar de marcha quatro vezes. Com a versão standard o conta-giros indicava uma queda de 500 rpm a cada mudança, o dobro da redução de apenas 250 rpm com o quick shifter da R. A marca dos 500 metros foi atingida primeiro pela R a 216 km/h, seguida da standard a 213 km/h. Ambas passaram de 220 km/h reais nessa pequena reta de arrancada, velocidade atingida 21 metros antes com a R. Também foi 30 centésimos mais rápida e atingiu uma velocidade máxima 4 km/h maior ao fim do trecho. Em apenas quatro trocas de marcha a vantagem já foi significativa. E a cada volta em um circuito onde se elevem as marchas dezenas de vezes, o benefício somará segundos.

Sua moto não tem quickshifter e você ficou com água na boca? O sistema também pode ser instalado como acessório original ou no mercado de reposição,  partir de R$ 1.700. 

 

©Copyright Duas Rodas. Para adquirir direitos de reprodução de conteúdo, textos e/ou imagens: marcelo@revistaduasrodas.com.br

APLICATIVO



INSTAGRAM