Mercado: o brasileiro quer mais que o básico

Balanço de 2013 revela mudança nas tendências de compra, com modelos mais caros deixando os básicos para trás

17/01/2014 16:40

O consumidor brasileiro, com mais opções e maior poder de compra nos últimos anos, tem optado por motocicletas mais completas e potentes na hora de fechar negócio nas concessionárias. É isso o que mostra o balanço de emplacamentos de 2013 divulgado pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).

A tendência pode ser identificada entre as líderes de sete das 11 categorias acompanhadas mensalmente por Duas Rodas. E desde os segmentos de base do mercado, como é o caso dos scooters. O modelo de entrada Honda Lead 110 era o mais vendido da categoria, até que o PCX 150 (R$ 2.040 mais caro, e que traz recursos tecnológicos como o sistema start-stop) foi lançado em maio e consolidou a dianteira nas vendas ao longo do ano. Em dezembro, foram emplacadas 1.238 unidades do PCX contra 733 do Lead, o 2º colocado no ranking.

Essa preferência pelo modelo mais caro e de maior cilindrada também se repete no caso das motonetas, segmento liderado pela Biz 125 com folga considerável sobre a versão 100. A Biz mais acessível é vendida por R$ 1.710 a menos que a versão standard da 125, desde o segundo semestre de 2012. No primeiro ano completo de vendas, a 125 se manteve na liderança vendendo o quádruplo.

A categoria mais vendida do país, a das utilitárias de até 150cc, tem outros dois exemplos. Desde seu lançamento a três meses do fim de 2013, a Yamaha Fazer 150 vem crescendo em vendas mês a mês e está cada vez mais próxima da Factor 125. Separadas por R$ 1.980 entre as respectivas versões de entrada, terminaram o ano com 1.183 unidades de diferença ainda a favor da Factor (4.344 contra 5.527). Não será surpresa se a Fazer tomar a dianteira nos próximos meses, afinal a líder da categoria Honda CG 150 Fan já vende 25% mais que a CG 125 Fan.

Entre as trail de baixa cilindrada, a Honda NXR 150 Bros permaneceu inabalada na liderança apesar do lançamento da versão 125 no fim de 2012. Mesmo R$ 1.810 mais em conta, a 125 acumulou 24.769 unidades vendidas em 2013 contra 172.958 da 150 (sete vezes mais).

Mercado premium

Subindo a cilindrada para as big trail, no último mês de 2013 a BMW F 800 GS assumiu a liderança do ranking ao vender 257 unidades (202 da standard e 55 da Adventure), à frente da tradicional líder Yamaha XT 660 e suas 212 unidades emplacadas. Mesmo separadas por impressionantes R$ 16.060, a somatória de 2013 terminou com 2.934 motos vendidas da Yamaha e 2.615 da BMW.

O segmento custom talvez seja o caso mais representativo da diminuição de importância do fator preço. O balanço de 2013 consolidou a liderança da Harley-Davidson Fat Boy 1600 à frente da Yamaha Midnight Star 950, por 1.209 contra 962 unidades. A diferença de preço superior a R$ 20 mil parece não ter sido problema para que os brasileiros preferissem o modelo americano.  

Por fim, a liderança histórica da Honda CBR 1000RR parece ameaçada entre as esportivas. A pedra no sapato da marca japonesa é a BMW S 1000 RR, que desde novembro de 2013 está à frente e encerrou o ano reduzindo a vantagem acumulada pela Honda: 670 ante 778 emplacadas da CBR, que não dispõe de sistemas eletrônicos de assistência à pilotagem como a concorrente alemã e custa R$ 13.724 a menos. 

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