19/02/2016 09:51
Quando a BMW importou a primeira S1000RR em 2010, estabelecia novos parâmetros de tecnologia e preço para as superesportivas de 1.000cc. Controle de tração, modos de pilotagem, assistente de troca de marchas e freios ABS hoje tão comuns formavam um pacote de eletrônica embarcada inédito, além da potência de 193 cavalos ser a mais elevada da época. Junto com a evolução tecnológica veio o preço mais salgado da categoria, R$ 75 mil – a maioria das esportivas japonesas se mantinha na casa de R$ 50 mil.
Seis anos mais tarde, a assistência eletrônica se tornou equipamento padrão para domar motos que passam de 200 cv, e o desenvolvimento não para com a adoção de novos sensores e sistemas eletrônicos, suspensões a ar e óleo e sobrealimentação na nova geração de esportivas, que agora fazem da S1000RR uma das opções mais acessíveis da categoria. Esta é a explicação das fabricantes para o reposicionamento de preços que cada vez mais consolida as superbikes na casa de três dígitos.
A nova Yamaha R1, já testada por Duas Rodas (veja o vídeo) e que estará nas concessionárias a partir de maio, custará de R$ 125.990 a R$ 169.990 graças à tecnologia herdada da M1 da MotoGP. A Kawasaki Ninja H2 está em R$ 144 mil e as próximas gerações a estrear no Brasil serão Ducati 1299 Panigale e Kawasaki Ninja ZX-10R 2016, também com novos recursos eletrônicos e preços nas etiquetas.
As únicas remanescentes da antiga geração de esportivas que carrega menos eletrônica embarcada do que a BMW são Honda CBR 1000RR e Suzuki GSX-R 1000, que ainda custam respectivamente R$ 66.500 e R$ 58.900 vendidas em ano/modelo defasado, mas que surgirão em gerações tecnologicamente atualizadas no segundo semestre deste ano (ao menos no exterior).
Claro que a desvalorização da nossa moeda também tem influência nos aumentos de preço, mas para efeito de comparação a geração anterior da Yamaha R1 foi lançada nos Estados Unidos por 14.500 dólares, contra 21.500 da atual, um aumento de 50% em um país com baixa influência de desvalorização da moeda (a inflação de 2015 foi de apenas 0,7%, ante 11% do Brasil). E você achava a S1000RR cara? Está na hora de rever seu parâmetro de preço ou correr para a concessionária e garantir uma esportiva pelo valor atual. Se essas duas alternativas não forem satisfatórias, você (e certamente muitos outros) passará a sonhar com motos de outra categoria.