Preparação: Yamaha MT-09 e MT-07 das 500 Milhas de Motovelocidade

Saiba quais foram as mudanças feitas pela oficina Motors Company nas nakeds que disputaram recentemente a prova de longa duração

06/03/2015 12:32

Fotos: Bira/Sportspeed e Mario Villaescusa

No último fim de semana, o Autódromo Internacional de Curitiba recebeu pela primeira vez as 500 Milhas de Motovelocidade. A equipe PRT Bardahl, composta por Alan Douglas, Nick Iatauro e Luciano Ribodino, venceu a prova pela terceira vez consecutiva, nove voltas à frente do segundo colocado. Uma das atrações da corrida de longa duração foi a presença de duas motos diferenciadas da equipe Motors Company. O time preparou uma Yamaha MT-09 e uma MT-07 especialmente para a corrida.

As nakeds modificadas por Marcelo Peixoto, preparador da Motors Company, fizeram bonito nas pistas. A 09 foi comandada por Leandro Mello e Fernando Aurora, e completou a prova na sétima colocação geral. Em 5h31min38s de corrida, foram 203 voltas, a melhor delas em 1min29s523. Já a bicilíndrica 07, nas mãos de Fernando Alcazar, Eduardo Tostes e William Bastos, concluiu na 11ª posição, totalizando 178 voltas em 5h32min10s e o melhor giro em 1min42s692. A título de comparação, o trio vencedor, a bordo de uma superbike, completou em 5h30min57s um total de 217 voltas e 1min23s448 foi a mais rápida.

“Partimos da 09 imaginando que aliar muita agilidade à boa potência seria uma receita promissora no miolo do circuito”, conta Leandro Mello. O primeiro desafio foi preparar as suspensões para uso esportivo. “Precisavam de mais rigidez para não chegar ao final de curso em alguns trechos do autódromo.” Recorreu à holandesa Hyperpro, onde conseguiu um amortecedor traseiro com ajustes de retorno, compressão em baixa e alta velocidades, e pré-carga da mola com acionamento remoto, que pode ser feito com a moto em movimento. A dianteira, que já contava com ajustes de retorno e carga da mola, ganhou novas válvulas, molas mais progressivas de tensão variável (diferentes nas duas extremidades) e fluido de especificação superior.

Nos freios, substituíram os flexíveis comuns pelos revestidos com malha de aço, que impedem a dilatação por aquecimento da borracha e consequente perda da pressão aplicada à alavanca. A bomba dianteira com reservatório plástico veio da R1 e o fluido de especificação, em vez do DOT 4 original, passou a ser o 5.1 elevando assim o ponto de ebulição. Nas pastilhas de freio, mais capacidade de fricção foi obtida com as japonesas Vesrah sinterizadas (DOT HH), de desempenho superior em altas temperaturas.

Para ganhar potência no motor foram melhorar a admissão de ar aplicando um filtro esportivo e aprimorar a capacidade de escapamento. A curva original foi mantida, mas a partir da junção 3x1, onde originalmente os gases passam pela sonda lambda e seguem para o abafador, entrou uma extensão de aço inox terminando em ponteira esportiva de maior diâmetro. A mistura de combustível ficou mais explosiva e houve grande salto de potência. A fim de tornar as trocas de marchas mais rápidas, sistema quick shift foi adicionado.

Por fim, um ponto crítico nos cálculos da relação ideal entre ritmo de prova e número de paradas foi a decisão pelo composto dos pneus slick. O piloto preferiu pneus para endurance de composto não tão macio, que poderão completar a prova sem troca, enquanto pneus de maior aderência reduziram o tempo de volta em menos de 1 segundo.

MT-07

Se na MT-09 as mudanças foram muitas, na irmã menor, recém-lançada pela marca (chega às lojas no fim deste mês), pouco se alterou em relação à moto original. A principal foi trocar as mangueiras de freios para ganhar mais performance nas frenagens. Tiraram as originais de borracha e colocaram de malha de aço. Trocaram também os pneus, mas das mesmas originais. Removeram piscas, lanterna, placa, espelhos, colocaram os reservatórios de expansão nas laterais do radiador, item obrigatório de segurança para captar qualquer resíduo que saia da moto, tanto do tanque quanto do radiador. Além disso, houve apenas a inversão do câmbio para evitar que o pé fique exposto embaixo do pedal ao elevar marchas nas curvas.

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