Único piloto de Road Race do Brasil, Rafael Paschoalin encara o TT pela segunda vez consecutiva

Competição acontece entre o fim de maio e o início de junho na Irlanda; prova é considerada a mais difícil (e perigosa) do mundo

24/04/2014 12:11

Texto: Vinícius Piva  Fotos: Sampafotos

No próximo dia 4 de maio, o piloto Rafael Paschoalin embarca rumo à Inglaterra para a fase final de preparação de olho na disputa do TT Isle of Man, que acontece entre 24 de maio e 6 de junho na Irlanda. Único brasileiro especializado em Road Race, o paulista de 30 anos participará da prova de rua mais difícil do planeta pela segunda vez consecutiva.

Paschoalin considera a estreia em 2013 como um grande aprendizado: “erramos muito, tivemos uma tremenda má sorte e tudo isso serviu para a equipe amadurecer. Claro que será menos difícil agora, mas o TT é uma prova delicada”, diz. Para 2014, as perspectivas são outras: “o sonho de participar do TT foi realizado, mas ficou o desejo de quero mais. Minha meta agora é absorver o TT, melhorando a cada ano até chegar o dia em que me tornarei vencedor. Este ano a ideia é ficar entre os 40 melhores na categoria Superstock, onde largam mais de 80 pilotos”.

A bordo da Honda CBR 1000RR, o piloto, que tem em seu currículo participações na North West 200 na Irlanda e no GP de Macau na China, ambas em 2012, marcará presença em três classes do TT: Superbike, Sênior e Superstock. O traçado montado entre rodovias e trechos de ruas residenciais tem 60 km de extensão. Paschoalin diz que decorou boa parte das 256 curvas, embora cada uma delas tenha a sua particularidade, como ondulação, buraco, faixa branca, guia, tampas metálicas e areia. O atleta afirma ser muito difícil encontrar o limite em cada um dos pontos e por isso leva-se muito tempo para andar realmente rápido no TT.

Com os pés no chão, ele acredita que levará alguns anos para estar perto dos ponteiros, mas aposta na evolução gradativa: “os prós andam a cerca de 209 km/h de média e a velocidade máxima às vezes é superior a 330 km/h. Eu consegui no ano passado, mesmo dando apenas 12 voltas, 190 km/h de média, e para este ano espero chegar a 193 km/h”.

Para a competição, a equipe faz algumas modificações e ajustes na motocicleta. Entre as principais estão o sistema de escape full da Jeskap, gerenciamento de combustível PowerCommander, controle de tração Grip One e datalogger Fuel Tech. As suspensões são da italiana Mupo e o tanque de combustível é especial, com capacidade para 24 litros. Os pneus são Metzeler.

Com relação à preparação, Rafael Paschoalin diz que o físico ainda não está a contento, e por esse motivo está “se dedicando 200% nesse último mês”. Do ponto de vista técnico, ele garante estar melhor e mais confiante em comparação com o ano passado, pois está competindo regularmente no Superbike Series. Já o psicológico... “isso só é testado quando piso na ilha. Costumo dizer que passo 350 dias querendo estar na ilha e 15 dias me perguntando o que estou fazendo lá”, brinca.

 

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