Vídeo: novo scooter Honda Elite é melhor que o antigo Lead?

Modelo substitui o Lead 110 como scooter de entrada, com muitas semelhanças e algumas diferenças fundamentais

18/01/2019 03:01

Quando o Lead 110 saiu de linha a Honda ficou sem uma opção de scooter na faixa de R$ 8 mil. O PCX 150 é um produto mais sofisticado, inclui o sistema start-stop, além de outros diferenciais que o fazem custar R$ 11.272. Essa é a missão do novo Elite 125, de R$ 8.250, um scooter mais acessível para competir pelo mesmo preço de Yamaha Neo e Suzuki Burgman. 

Uma década separa os projetos de Lead e Elite, mas ainda existem diversas semelhanças entre os scooters da Honda no segmento de entrada do mercado. Entregam praticamente o mesmo desempenho, com potência e torque máximos quase iguais: no Elite 9,3 cv a 7.500 rpm e 1 kgf.m a 6.000 rpm, no Lead 9,2 cv e 0,97 kgf.m nas mesmas rotações. 

Como um motor de 110cc e um 125cc podem se equiparar? O 110 entregava mais rendimento específico porque cumpria com as (menores) restrições do Promot 3, portanto emitia mais poluentes enquanto o Elite é obrigado a limitar mais a saída de gases. Outra diferença era o cilindro refrigerado por líquido do Lead, que permite mais controle da temperatura, por isso já emite menos e a fabricante também pode explorar mais a performance sem tantas preocupações com durabilidade. O motor 125 refrigerado a ar custa menos, e somado a outras simplificações é o que ajuda o Elite a dar continuidade ao patamar de preço do Lead após tantos anos (também não dá para esperar milagre...).   

Uma unidade do Lead com baixa quilometragem e em perfeito estado de conservação nos acompanhou no teste do Elite. Arrancando com os dois juntos, conduzidos por pilotos do mesmo peso, constatamos que aceleram lado a lado nos primeiros metros até o novo 125 abrir vantagem quando o limitador do 110 entra em ação. A velocidade máxima é a única diferença de performance do motor realmente perceptível: no Lead o velocímetro estanca ao redor de 87 km/h, já no Elite segue avançando em ritmo contínuo até 95 km/h, e depois disso, com um pouco mais de espaço e paciência atinge 100 km/h. 

Elite é mais confortável

O Elite 125 mantém a configuração de roda aro 12 polegadas na dianteira e 10 na traseira – fica com o mais caro PCX 150 o diferencial das rodas maiores de 14”, que sofrem (e fazem sofrer) menos nos buracos –, respectivamente com freios a disco e tambor. A frenagem combinada pelo sistema CBS também é a mesma do Lead: ao acionarmos a alavanca do freio traseiro, um cabo puxa pequena parte do curso da dianteira para auxiliar a frenagem sem nenhum risco de travamento. Como a frenagem é mais eficiente atuando sobre as duas rodas e o freio dianteiro sempre entrega maior capacidade de desaceleração, essa configuração evita que pessoas desacostumadas a usar o freio dianteiro, por medo ou falta de treinamento, contem apenas com o menor poder de frenagem do sistema traseiro. 

Apesar das mesmas medidas do conjunto de rodagem os deslocamentos com o Elite são mais confortáveis. Mérito do amortecedor traseiro e do assento. Outra característica importante do novo scooter, especialmente para quem tem estatura próxima de 1,80m, é permitir o esterçamento total do guidão sem encostar nos joelhos do condutor. Isso acontecia no Lead e era motivo de preocupação, porque em manobras mais apertadas, no trânsito entre carros, por exemplo, repentinamente o guidão “travava” no joelho e impedia o direcionamento do scooter. 

Essa diferença vem da posição um pouco mais baixa dos pés apoiados na plataforma do Elite, aumentando assim a distância entre joelhos e guidão. O Lead tinha uma plataforma mais espessa para abrigar o tanque de gasolina, liberando espaço adicional para o porta-objetos embaixo do banco. Na maioria dos scooters, e é assim também no Elite, o tanque fica atrás do porta-capacete, com bocal acessível levantando-se o assento. Mais espaço disponível para o condutor custou algum espaço de bagagem. 

Beleza com função

Nesse processo de ganhos e perdas não podemos deixar de mencionar que a estética “moderninha” do Elite é mais que mero apelo visual. A adoção dos faróis de LED representa um enorme acréscimo de capacidade de iluminação à noite e de segurança de dia, já que no tráfego a aproximação do scooter é notada com mais facilidade pelos motoristas. Lanterna traseira e luzes de direção continuam com lâmpadas incandescentes, mas a rabeta elevada do Elite as torna mais visíveis por quem vem atrás em outro veículo. 

Ainda nesse campo do design mais atual e funcional o painel em display LCD continua básico, como no Lead (velocímetro, hodômetro total e nível de combustível), somando relógio e facilidade de leitura. Os caracteres digitais são lidos com mais rapidez que aqueles pequenos estampados sobre fundo preto do antecessor. O velocímetro digital grande, então, nem se fala. 

Até aqui todas as mudanças no Elite parecem mais favoráveis, até justificadas quando o comparamos ao Lead. Duas que talvez façam pouca diferença nos custos e representam alguma perda de conforto/conveniência são as eliminações do porta-luvas com fechadura, agora dois porta-objetos sem tampa, e das pedaleiras traseiras retráteis, no Elite pequenos recortes nas laterais do scooter dando continuidade à plataforma dianteira (OK, as pedaleiras retráteis do Lead tinham o efeito colateral de avançarem além da largura traseira do scooter). Por uma questão de design, neste caso em sacrifício da funcionalidade, a alça traseira do novo scooter acompanha o formato pontiagudo da lanterna, mas não oferece uma base para instalação de top case.   

No balanço final o Elite é melhor em uso cotidiano que o Lead, oferecendo benefícios em aspectos importantes e úteis ao usuário em cada saída, como conforto, esterçamento do guidão, velocidade, capacidade de iluminação e facilidade de leitura do painel. É conveniente ter mais espaço de armazenamento (que nem sempre é utilizado) no Lead, sem dúvida; mas não é fundamental. Então no conjunto o Elite é sim melhor de ser usado, e mantém preço próximo das últimas unidades vendidas do Lead.

Ficha técnica

Motor: 124,9cc, 1 cilindro, comando simples no cabeçote, 2 válvulas, refrigeração a ar

Potência: 9,3 cv a 7.500 rpm 

Torque: 1 kgf.m a 6.000 rpm

Câmbio: automático CVT

Chassi: monobloco de aço

Comprimento: 1.735 mm

Largura: 689 mm

Altura: 1.118 mm

Entreeixos: 1.223 mm

Altura do solo: 133 mm

Altura do banco: 772 mm

Suspensão dianteira: garfo telescópico (curso de 80 mm)

Suspensão traseira: amortecedor (curso de 70 mm)

Freio dianteiro: disco de 190 mm com pinça de 2 pistões 

Freio traseiro: tambor de 130 mm

Roda e pneu dianteiro: 90/90-12

Roda e pneu traseiro: 100/90-10

Tanque: 6,4 litros

Peso: 104 kg (seco)

 

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