Yamaha teve mini-DT para adolescentes dos anos 1970

Versão reduzida da trail tinha missão de conquistar aspirantes a motociclistas

19/04/2021 18:04

O ano era 1968, aquele conhecido pela efervescência político-social, e que marcaria também o início de uma nova fase no motociclismo, a da popularização das motos trail. Até então, as opções todo-terreno se limitavam a versões "scrambler" adaptadas de modelos convencionais para asfalto ou modelos para uso esportivo off-road. 

Quando a jovem Yamaha, de apenas 12 anos, chegou com a DT, foi a moto certa no momento certo. A primeira DT foi concebida para ser uma moto de uso misto, que logo agradou quem queria um modelo relativamente rápido, com estética diferente e preço acessível (cerca de 750 dólares). 

Amadores do off-road e até esportistas nem tão amadores foram conquistados pela conveniência do novo modelo, que também poderia rodar nas cidades. Era uma 250cc de 2 tempos com 1 cilindro refrigerado a ar capaz de render 18 cv, com câmbio de 5 marchas e aro dianteiro de 19 polegadas.

Rapidamente a DT superou as expectativas iniciais de vendas da Yamaha e ajudou a popularizar a marca internacionalmente, em especial nos Estados Unidos. Em 1971, antes mesmo de a Honda lançar a concorrente XL 250 Motosport, já começava a ganhar variações de diferentes capacidades como RT 360, CT 175, AT 125, HT 90, JT 60 e FT 50 (a primeira letra correspondia à capacidade do motor e a segunda designava “trail”).

Depois foram rebatizadas com o nome mais popular DT, variando apenas a cilindrada. A história da popular DT 180 nacional começaria mais tarde, já numa geração posterior, nos anos 1980.

Chega a mini-DT

Os modelos JT 60 e FT 50 ficaram mais conhecidos como Mini Enduro, eram a DT miniaturizada para adolescentes: aros de 15 polegadas, quase a metade do peso e do preço fizeram com que se tornassem objetos de desejo de jovens iniciantes no motociclismo e fossem capazes até de acomodar adultos com menos de 1,70m.

Mais tarde viria a Moto-Bike, uma bicicleta BMX com características que imitavam uma moto para fazer brilhar os olhos das crianças. Assim a Yamaha tinha produtos para conquistar desde cedo novas gerações de motociclistas.    

A Mini Enduro original é a FT-1 50, que para os Estados Unidos foi exportada com motor de 60cc, paralama dianteiro alto, sem luzes de sinalização e com velocímetro em milhas. Usava um câmbio de 4 marchas mais simples, todas engatadas para baixo, fator adicional para torná-la amigável aos iniciantes.

Também contava com o sistema Autolube da DT, que misturava o óleo à gasolina a partir de um reservatório separado para até 1 litro, evitando assim a necessidade de adição na proporção correta diretamente ao tanque a cada abastecimento.

As FT 50 e JT 60 foram produzidas por dois anos e então substituídas pelas GT 50 e GT 80, seguindo a atualização de design da DT 250. Adotavam a nova geração de motores com Torque Induction, o sistema de válvula de palhetas que variava a abertura na admissão atuando para aumento de torque em baixas rotações.

Outras características facilmente identificáveis no novo motor eram o cilindro mais vertical e o carburador visível, uma vez que na FT ficava embutido na lateral direita do cárter, com o pino do afogador instalado logo acima dessa grande tampa ovalada.       

Com seus 4 cv e capacidade para acelerar até 70 km/h a Mini Enduro iniciou legiões de motociclistas nos anos 1970, que aprenderam com ela a trocar de marcha e começaram a dar seus saltos para ingressar no motocross ou no enduro. Mais tarde, boa parte se transformaria em donos de DT, XL, XT...

 

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