Aventura: o primeiro passo para a volta ao mundo

Motociclista roda mais de 7.000 km por quatro países do continente americano e cumpre a primeira parte de seu sonho de um dia dar a volta ao mundo

28/10/2014 12:44

Texto: Wilney Ribeiro de Almeida      fotos: arquivo pessoal

Meu projeto é visitar todos os países de nossa bela América do Sul de moto, em três partes. Depois, um dia, dar a volta ao mundo. A primeira parte desse sonho consiste num roteiro de Goiânia (GO), Uruguai, Argentina e Paraguai em 19 dias, sozinho por opção. Escolhi a Yamaha Fazer 150 pela economia de combustível, conforto e boa autonomia. Muitos acham que essa moto é só para trabalhar. Provo que não.

Tudo começou em 1º de abril (e não era mentira), bem cedo, debaixo de chuva. Esse foi o dia mais estressante de toda a viagem porque tive uma longa jornada. Rodei por 16 horas até Rio Claro (SP). Não imaginava que logo depois eu viveria uma das grandes aventuras da minha vida. Fui para o Rastro da Serpente: são 1.260 curvas fechadas num trecho de 200 km! A ansiedade era grande para ver o mar em Florianópolis. Cheguei ao litoral sem perceber que o mar estava à esquerda. Encostei a moto, subi no barranco e gritei de alegria. Fico feliz demais com pouca coisa. Quando atravessei Canasvieiras, onde ficaria, dei de cara com o mar. Sim, eu estava na praia de moto.

Fui para a Pedra Furada, no Morro da Igreja, depois para a Serra do Corvo Branco, outro belo cenário da natureza. Se o acesso é difícil para uma XT, imagine para uma Fazer 150. Valeu a pena, são lugares dos quais você não quer sair nunca mais. Saí em direção à Serra do Rio do Rastro, cuja energia é indescritível. Fiquei pasmo com tanta diversidade e alegria que o motociclismo é capaz de nos oferecer.

Entre Reconquista e Posadas, na Argentina, peguei um protesto pelo caminho. Junto de outros motociclistas, cortamos o congestionamento até chegar aos líderes. Não hesitei e já gritei: “sou brasileiro”. Então as pessoas começaram a me cercar e, confesso, fiquei tenso. Achei que me atacariam. É pura ignorância achar que o povo argentino é ruim e arrogante. Não é. Eles são simpáticos, assim como os uruguaios. Apenas estavam curiosos com minha presença, conversamos um pouco e perguntei se poderia passar. Não pensaram duas vezes e abriram caminho.

Cheguei ao Brasil com saudades de ouvir e falar português e com a meta de comer arroz com feijão. Desarrumei minhas coisas já com um ar de saudade. Foram 7.143 km percorridos em 19 dias de puro prazer! O objetivo agora é ir do Ushuaia ao Atacama em 2016. Vamos lá!

A matéria completa está na edição de outubro (469) de Duas Rodas, que está nas bancas, na Apple Store e na Google Play.

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