Teste comparativo: nova KTM 390 Duke 2018

A Duke evolui (e muito) para enfrentar BMW G310R, Yamaha MT-03 e Kawasaki Z300

28/06/2018 06:06

É natural pensarmos nos motores de 2 cilindros quando buscamos performance na categoria de 300cc. Isso se desconsiderarmos a KTM 390 Duke, de 1 cilindro, que já dava trabalho à Yamaha MT-03 e agora ficou ainda melhor. A nova geração da 390 tem design que reproduz em menor escala o da 1290 Super Duke R, com linhas que conferem maior volume à dianteira, tanque de capacidade elevada em 2,4 litros (total de 13,4 litros), conjunto de iluminação de LED, abafador do escapamento passando à lateral e novo chassi com a treliça do subquadro aparente na traseira. 

Em relação à geração anterior a qualidade de acabamento foi aprimorada e os bancos maiores têm espuma mais macia. Dois itens que em nossos comparativos anteriores prejudicaram a Duke, especialmente o banco rígido que limitava muito o conforto. O painel TFT colorido tem modos de visualização diurna e noturna e conexão Bluetooth com celular, recurso inédito na categoria. Mais que isso, através dele é possível selecionar três modos de atuação do ABS, que na geração anterior entrava em ação um pouco antes do que gostaríamos: Road, Off e Supermoto, este último como na Super Duke e que atua apenas sobre a dianteira, deixando a traseira livre para entrar nas curvas derrapando. Aliás, com a embreagem assistida deslizante o travamento pelo efeito de freio-motor nas reduções não ocorrerá. Entre as concorrentes deste comparativo, só a Kawasaki Z300 também vem com o recurso.     

Já quanto às características técnicas a 390 Duke 2018 se diferencia das outras pelo garfo invertido WP de 43 mm atualizado e disco dianteiro de 320 mm em vez do anterior de 300 mm. O acelerador passa a ser eletrônico sem cabo (ride by wire) gerenciado pela ECU com programação revisada. A caixa de ar foi ampliada e o comportamento do motor de 1 cilindro ficou mais vigoroso em médios regimes, rendendo até 43 cv e 3,7 kgf.m. Potência e torque máximos praticamente não mudaram, mas o motor agora é mais progressivo desde baixas rotações. E parte mais forte nas acelerações e retomadas de velocidade, como nas saídas de curva. 

A nova Duke está mais confortável e responde de forma mais progressiva para o uso diário. As alterações que recebeu no motor suavizaram o funcionamento, evitam a necessidade de ficar com a mão alerta na embreagem para amenizar respostas abruptas. Qualidade mantida foi a leveza na pilotagem e agilidade extrema para mudar de direção, afinal, são 149 kg a seco! Quem não está acostumado com motos de alta cilindrada se espantará com a “pegada” inicial do freio. O novo disco de 320 mm mordido por pinça radial de quatro pistões é de fazer inveja, embora o espaço total para frenagem seja quase o mesmo das concorrentes devido à calibração do ABS. 

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Na pista

Colocamos as quatro concorrentes à prova no autódromo para que pudéssemos comparar a performance dos conjuntos. Pilotamos a 390 Duke, BMW G310R, Kawasaki Z300 e Yamaha MT-03 buscando suas melhores voltas, extraindo tudo o que podem entregar de motor, câmbio, chassi, suspensões e freios. Trocamos os pilotos das motos várias vezes e quem estava na KTM sempre deixava os outros atrás. Inicialmente nossas apostas estavam com a Yamaha MT-03, por causa do motor de 2 cilindros bem disposto também em baixas rotações (ao contrário da Z300) e por ser a única equipada com pneus Metzeler Sportec M7, enquanto as outras usam Pirelli Diablo Rosso 2. Nos tempos totais de volta, 1min10s8 da Duke contra 1min12s4 da MT, 1min14s5 da Z300 e 1min14s6 da G310R. 

Aqui vale lembrar que a BMW tem o conjunto de freios e suspensões de qualidade mais próxima à da KTM, embora sua proposta não seja esportiva, e sim amigável e urbana, por isso seu motor de 1 cilindro rende a menor potência do comparativo (34 cv). Já Yamaha e Kawasaki (42 cv e 39 cv) apresentam suspensões e freios menos precisos.    

Se no quesito performance a KTM 390 Duke conseguiu reforçar ainda mais sua supremacia (o que era difícil de imaginar), agora se diferencia também por design e eletrônica embarcada. É sem dúvida a referência na categoria, e seu pacote mais completo é vendido por R$ 24.990 (pelo menos R$ 3 mil a mais que as concorrentes). A Yamaha MT-03 ainda é uma ótima opção para uso misto cidade/estrada, graças às suspensões de funcionamento mais suave e motor que transmite menos vibração. E para utilização predominantemente urbana a BMW G310R tem assento macio e se beneficia da leveza e do bom torque característicos das monocilíndricas. Por fim, a Kawasaki Z300 se equipara tecnicamente à MT, com um motor menos vigoroso nas arrancadas e que desempenha melhor em altas rotações, portanto mais recomendável para percursos rodoviários, e tem acabamento superior ao da Yamaha.   

 

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