06/01/2021 16:51
Tudo começou em 1970 quando a Suzuki apresentou no Salão de Tóquio, no Japão, o protótipo da GT 750 com motor de 3 cilindros refrigerados a líquido e ciclo dois tempos.
Fabricada a partir do ano seguinte e exportada também para o Brasil, era a reação da Suzuki para superar a hegemonia da Honda CB 750 lançada em 1969 estabelecendo novos parâmetros de performance na época.
Enquanto a Kawasaki preparava o aumento de cilindrada da H1 500 de 3 cilindros e dois tempos, que se tornaria H2 750, mantendo a refrigeração a ar, a Suzuki inovou adicionando a refrigeração líquida.
Utilizava três carburadores, um para cada cilindro, três bobinas e três platinados (há quanto tempo você não ouvia essa palavra, hein?). O sistema de lubrificação também era inovador, porque em vez de a mistura do óleo à gasolina ocorrer no tanque ou no carburador, como nas Yamaha, uma bomba levava o lubrificante aos rolamentos do virabrequim e coletores de admissão.
A estética deixava evidentes os diferenciais da GT, com cilindros “lisos” sem as aletas para refrigeração e o radiador que a Suzuki teve o cuidado de posicionar acima dos coletores de escapamento, mantendo-os aparentes.
Apesar dos 3 cilindros, o modelo tinha quatro ponteiras de escapamento mantendo a simetria de dois pares de cada lado. Dos cilindros nas extremidades do motor saíam um tubo diretamente para cada ponteira, e do cilindro central o tubo se dividia em dois.
A potência máxima de 68 cv surgia a 6.500 rpm e o torque máximo de 8,5 kgf.m a apenas 5.500 rpm sobressaía nas acelerações e retomadas.
As primeiras unidades da GT 750 foram equipadas com freio a tambor duplo na dianteira, mas já em 1972 passaram a ser produzidas com freio a disco na dianteira e no ano seguinte veio o sistema duplo. Já em 1975 os carburadores de 38 mm foram substituídos por outros de 40 mm, elevando a potência da GT 750 para 70 cv.
O charme do ronco deste tricilíndrico não era o único atrativo da GT 750. Além de mais leve e vigorosa nas acelerações quando comparada à Honda CB 750, o painel incluía até indicador de temperatura do motor e marcador de marchas digital (a partir de 1974). Lampejador de farol alto era outro item incomum na época.
No final da década de 1970 o mercado de alta cilindrada já havia se consolidado em torno da tecnologia de quatro tempos e surgiam as primeiras restrições de emissões nos Estados Unidos.
A Suzuki então substituiu a família GT (também havia a 550 e a 380) pela GS, em 1977. Na Suzuki GS 750 foi adotado o motor de 4 cilindros refrigerado a ar com comando duplo para as oito válvulas, assim como a Kawasaki fez com a Z1 900. O grande avanço em performance seria dado em 1978 com o lançamento da nova topo de linha GS 1000.
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